Polícia indiana castiga com violência física quem fura quarentena

Primeiro-ministro indiano pediu aos 1300 milhões de habitantes do país que ficassem em casa. Em Nova Deli, autoridades usaram paus e bastões para impedir circulação.

Polícia bate em homem em Nova Deli
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Polícia bate em homem em Nova Deli Reuters/ADNAN ABIDI
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Índia
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Reuters/FRANCIS MASCARENHAS

Depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ter decretado confinamento obrigatório para os 1300 milhões de habitantes do país, as autoridades têm punido com violência física aqueles que não respeitam as ordens do Governo. Em várias fotografias captadas pela Reuters – e vídeos que circulam nas redes sociais – é possível ver a polícia indiana a agredir as pessoas que ainda percorrem as ruas de Nova Deli.

Shehnaz Khatun, uma mulher que vive na cidade com quase 22 milhões de habitantes, diz ao The New York Times que tem medo de sair à rua, deixando até de comprar alimentos e outros produtos básicos. “A polícia bate-nos, se tentarmos sair à rua. Nem me atrevo a ir comprar vegetais, cujo preço disparou”, afirmou ao jornal nova-iorquino.

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Polícia obrigam pessoas a aninhar-se dentro dos círculos que representam a distância social recomendada JAIPAL SINGH / EPA

Em alguns casos, foram desenhados círculos a giz no chão para “ensinar” aos infractores a distância mínima de segurança entre pessoas. Noutros, a polícia obriga as pessoas a realizarem exercício físico.

A Índia tem 519 casos de covid-19 e dez mortes confirmadas, de acordo com os mais recentes dados das autoridades de saúde indianas. O isolamento obrigatório foi decretado durante 21 dias, o que levou dezenas de milhares de trabalhadores a regressarem em massa às suas aldeias e vilas no interior do país, aumentando assim o risco de propagação do novo coronavírus. Epidemiologistas dizem que mais de um milhão de pessoas podem ser infectadas no país. 

De acordo com o The Times of India, as autoridades querem garantir o fornecimento de bens essenciais à população, com particular atenção para os alimentos e medicamentos, depois de relatos de falta de produtos nas prateleiras dos supermercados. Citado pelo India Today, o primeiro-ministro pediu à população para colocar de lado as superstições e a automedicação, reforçando a necessidade de isolamento social e permanência nas residências.

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