Covid-19: Direcções regionais de Cultura encerram museus e monumentos
Depois de domingo a Direcção-Geral do Património Cultural ter estendido o encerramento por tempo indeterminado a todos os equipamentos sob a sua tutela, foi a vez das autoridades regionais fecharem os espaços a seu cargo.
Os museus e monumentos portugueses, dependentes das direcções regionais de Cultura do Norte, Centro, Alentejo e Algarve, foram esta segunda-feira encerrados, por tempo indeterminado, em resposta à pandemia de Covid-19, anunciaram estes organismos, nas suas páginas oficiais, na Internet.
Num total de quase 40 museus, monumentos e sítios, geridos pelas quatro direcções regionais de Cultura de Portugal Continental, a medida abrange locais como o Castelo de Guimarães, o Museu Abade de Baçal, em Bragança, o Museu de Lamego, o Museu José Malhoa, em Caldas da Rainha, o Convento de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, o Museu de Beja, o Castelo de Elvas e a Fortaleza de Sagres, no Algarve.
“Na sequência das medidas adoptadas em Conselho de Ministros, e por forma a garantir as recomendações da DGS [Direcção-Geral da Saúde], relativas à concentração de pessoas, a partir de 15 de Março estão encerrados vários museus e monumentos sob gestão da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN)”, lê-se na página deste organismo tutelado pelo Ministério da Cultura.
Avisos do mesmo teor encontram-se nas páginas das direcções regionais de Cultura do Centro (DRCC), do Alentejo (DRCAlentejo) e do Algarve (DCRAlg). É também comum a informação de que “o encerramento temporário irá manter-se até indicação em contrário”.
A Norte, além do Castelo de Guimarães e dos museus de Bragança e de Lamego, encontram-se também encerrados ao público os museus D. Diogo de Sousa e dos Biscainhos, e o Mosteiro de Tibães, em Braga, o Paço dos Duques de Bragança e o Museu de Alberto Sampaio, em Guimarães, a Rede de Monumentos do Vale do Varosa, em Lamego e Tarouca, o Museu da Terra de Miranda e a Concatedral de Miranda do Douro, em Miranda do Douro, a Área Arqueológica do Freixo, em Marco de Canaveses, o Centro de Interpretação do Património da Serra do Pilar, em Gaia, o Santuário de Panoias, em Vila Real, e a Citânia de Santa Luzia, em Viana do Castelo.
Na região Centro foram igualmente fechados o Museu da Cerâmica, em Caldas da Rainha, e o Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré.
A DRCAlentejo, por seu lado, alargou a lista de equipamentos encerrados à Gruta do Escoural, aos sítios arqueológicos de Torre de Palma, de Miróbriga e de S. Cucufate, à Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal, aos castelos de Viana do Alentejo, Belver, Amieira do Tejo e de Mértola, ao Paço do Castelo de Evoramonte, às sés de Évora e de Elvas, às igrejas de S. Francisco de Portalegre, de Nossa Senhora das Salas e do Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa, à Torre e Igreja do Salvador, em Évora, e ao Lagar de Varas do Fojo, em Moura.
No Algarve, a direcção regional de Cultura encerrou a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe e as Ruínas Romanas de Milreu, além da Fortaleza de Sagres.
As diferentes direcções regionais prevêem ainda a articulação de medidas de contingência com entidades que partilhem a gestão de espaços patrimoniais, sob a sua administração.
Domingo à tarde, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) também tinha concluído o processo de encerramento de todos os museus, monumentos e palácios nacionais sob a sua tutela, no âmbito do combate à pandemia da covid-19, que iniciara na sexta-feira.
A medida abrange o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, o Palácio Nacional de Mafra, os mosteiros da Batalha e de Alcobaça, e o Convento de Cristo, em Tomar, monumentos inscritos na lista do património mundial da UNESCO, os museus nacionais, assim como o Panteão Nacional, o Palácio Nacional da Ajuda, a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves e o Museu de Arte Popular, na capital portuguesa.
São tutelados pela DGPC os museus nacionais de Arte Antiga, de Arte Contemporânea/Museu do Chiado, de Arqueologia, do Azulejo, dos Coches, de Etnologia, da Música, do Traje e do Teatro e da Dança, em Lisboa, o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, o Museu Monográfico de Conímbriga, o Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, o Museu Grão Vasco, em Viseu, o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, e o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, em Peniche.
O funcionamento destas entidades será “retomado tão em breve quanto as circunstâncias o permitam”, segundo a tutela.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de covid-19 foi detectado em Dezembro, na China, já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo, com mais de 164 mil pessoas infectadas e casos registados em pelo menos 141 países e territórios,
Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos de infecção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado. Entre os casos identificados, 136 estão internados, dos quais nove em unidades de cuidados intensivos, e há duas pessoas recuperada.
Lisboa e Vale do Tejo é agora a região que regista o maior número de casos confirmados (116), seguida da região Norte (103), e das regiões Centro e do Algarve (10). Há um caso nos Açores e cinco no estrangeiro.
O boletim epidemiológico assinala também que, desde o início da epidemia, a DGS registou 2.271 casos suspeitos e mantém 4.592 contactos em vigilância, menos do que no sábado (5011).
O Governo declarou o estado de alerta no país, colocando os meios de protecção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e anunciou a suspensão das actividades lectivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira.
A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, excepto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.