Coronavírus: Afinal, o Portugal Fashion vai ser à porta fechada
Os desfiles vão ser transmitidos online e em directo, de quinta-feira a sábado, a partir do Porto.
Ao contrário das primeiras intenções da organização, o Portugal Fashion vai decorrer à porta fechada, de quinta-feira a sábado, na Alfândega do Porto, e na Casa da Arquitectura, em Matosinhos, anunciou a organização, nesta terça-feira, depois de a Câmara Municipal do Porto ter decidido reforçar o seu plano de contingência.
Os desfiles vão ser transmitidos online e em directo (live streaming). Esta é uma medida de precaução para controlar o surto de covid-19, num evento de moda que reúne milhares de pessoas, e “será restringido à equipa de bastidores, ao staff técnico do evento e aos profissionais da comunicação social portuguesa e influenciadores digitais devidamente credenciados para o efeito”, diz o comunicado.
Ao todo serão entre 150 a 170 jornalistas, fotojornalistas e influenciadores digitais que poderão estar presentes nesta 46.º edição do Portugal Fashion. “O acesso aos desfiles, seja dos profissionais de moda, seja de jornalistas e influenciadores, fica dependente de uma avaliação prévia caso a caso, para se evitar a presença de pessoas que pertençam aos grupos de maior risco de infecção ou de complicações pelo novo coronavírus”, lê-se no mesmo texto.
O programa prevê 30 desfiles de moda, ao longo de três dias; o de Katty Xiomara, que decorre sábado, na Casa da Arquitectura, terá as mesmas restrições que serão aplicadas na Alfândega do Porto. A apresentação do designer Júlio Torcato, que incluía a actuação da Orquestra Urbana da Trofa, constituída por cerca de 90 músicos amadores de diversas faixas etárias, será reagendada.
Na segunda-feira, a organização informou que 15 jornalistas italianos não virão fazer a cobertura do evento. Já anteriormente, havia decidido cancelar o desfile do italiano Gilberto Calzolari, designer oriundo de Milão. Agora, soube-se que vai ser cancelada a apresentação do modelo Luís Borges, por se tratar de um formato que envolveria uma festa. Também não se vai realizar o Brand Up, o showroom aberto ao público onde se comercializam produtos de design, moda e lifestyle. Eram esperados milhares de visitantes nesta edição, só na última, em Outubro passado, estiveram presentes cerca de 40 mil pessoas.
A organização justifica a decisão de realizar o evento: “É nosso dever defender o interesse comercial e profissional de criadores e marcas, fazendo o que for possível para garantir a realização dos desfiles integrados no circuito internacional de moda.” Por isso não cancelou o evento, apesar de ser esta a medida preventiva que está a ser tomada pelas organizações de outros eventos por todo o país. Por exemplo, o município do Porto decidiu o fecho dos teatros, museus, bibliotecas municipais na sequência do aumento do número de doentes infectados, no Norte do país.