Coronavírus: queda nas reservas leva TAP a cancelar mais 2500 voos

Transportadora aérea já tinha anunciado que ia cancelar 1000 voos.

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Transportadora tem plano de corte de custos que inclui licenças sem vencimento Nelson Garrido

No espaço de quatro dias, a TAP reviu em alta o número de voos que irá suspender por causa do novo coronavírus, passando de cerca de mil para 3500 voos. “A evolução do vírus Covid-19 tem tido um comportamento singular, que não permite uma comparação com experiências passadas”, afirmou a transportadora aérea esta segunda-feira, com comunicado.

Esse, facto, diz , “obriga os agentes económicos a reavaliar permanentemente a situação, tomando medidas com base na melhor informação disponível a cada momento”. Para já, a empresa fala numa “crescente quebra na procura”, registada na última semana, o que obriga a proteger a sua sustentabilidade financeira. 

Com base na informação que detém agora, a TAP diz que vai então reduzir a sua capacidade de oferta, “nos próximos meses”, em “mais 2500 voos, que somam aos 1000 já anunciados”. O cancelamento do total de cerca de 3500 voos representa “um ajuste na nossa oferta de 7% em Março, 11% em Abril e 19% em Maio”.

Até aqui, o calendário da diminuição dos voos da empresa ia apenas até Abril. Os cancelamentos, diz a empresa, dizem respeito sobretudo ao mercado europeu, “com especial incidência nas zonas mais afectadas”, mas também a ligações intercontinentais. Embora não mencione agora esses mercados, a TAP já referira os casos de Itália, Espanha e França.

No documento enviado aos trabalhadores, a empresa diz que está a oferecer “maior flexibilidade” aos clientes, ao permitir “a alteração gratuita das viagens reservadas entre 8 e 11 de Março, para qualquer destino TAP em qualquer data até ao final do ano”.

A empresa destaca que os sectores do turismo e da aviação civil “são dos mais afectados pelo vírus”. Na passada quinta-feira a TAP enviou uma carta aos trabalhadores onde deu conta de várias medidas de corte de custos através da suspensão ou adiamento de “investimentos não críticos” e do “corte de despesas acessórias”. Na lista está ainda a “renegociação de contratos e prazos de pagamento, antecipação de crédito junto de fornecedores, suspensão de contratações de novos trabalhadores” e também a “implementação de programas de licenças sem vencimento”.

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