TAP: licenças sem vencimento vão até três meses e são para pilotos e pessoal de cabine

Quem aderir mantém o direito de facilidades de passagem, bem como o seguro de saúde.

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Nelson Garrido/Arquivo

A TAP abriu um programa de licenças sem vencimento, por um período mínimo de 30 dias e máximo de 90 dias, que abrange os meses de Abril, Maio e Junho.

Segundo o comunicado enviado aos trabalhadores na quinta-feira à noite, o programa voluntário e temporário abrange pilotos e tripulantes de cabine. Pretende “dimensionar a força de trabalho à actividade operacional actual”, que teve uma queda acentuada devido à propagação do novo coronavírus, segundo garante a administração.

Os interessados devem inscrever-se, indicando o período pretendido (entre um e três meses), durante o qual os trabalhadores “mantêm o direito de facilidades de passagem, bem como o seguro de saúde”.

Na quinta-feira, a comissão executiva da TAP anunciou medidas para reduzir e controlar custos, incluindo a suspensão ou adiamento de investimentos e de contratações e “programas de licenças sem vencimento temporárias”.

“Vamos implementar um conjunto de iniciativas que visam controlar e reduzir custos como suspensão ou adiamento de investimentos não críticos, corte de despesas acessórias, renegociação de contratos e prazos de pagamento, antecipação de crédito junto de fornecedores, suspensão de contratações de novos trabalhadores, bem como a implementação de programas de licença sem vencimento temporárias”, escreveu a comissão executiva liderada por Antonoaldo Neves, numa nota aos trabalhadores.

Na mesma nota, a TAP diz que “a evolução do surto do coronavírus tem tido também um crescente impacto na economia global, sendo os sectores do turismo e da aviação civil dos mais impactados”.

Segundo a comissão executiva da transportadora, “em Janeiro e Fevereiro não houve impacto negativo” no negócio, mas “nos últimos dias observou-se uma significativa quebra nas reservas, com impacto directo” nas vendas.

Por isso, a TAP resolveu fazer a “adequação da oferta” e “gestão cuidada da posição de caixa, para continuar a manter a liquidez necessária que a actividade exige”.

A companhia aérea vai, assim, cancelar cerca de mil voos em Março e Abril, “reduzindo a capacidade em 4% em Março e 6% em Abril, o que representa um total de cerca de 1000 voos”, explicou a empresa.

Segundo esta nota, os cancelamentos “incidem especialmente na operação para cidades nas regiões mais afectadas, sobretudo Itália, mas contemplam também a redução de oferta em outros mercados europeus que mostram maiores quebras da procura, como Espanha ou França”, incluindo ainda “alguns voos intercontinentais, dado o modelo de operação da TAP, como companhia de longo curso e conexão”.