Novo director da PSP não viu “qualquer infracção” no vídeo da detenção de Cláudia Simões

Magina da Silva afirmou que aquilo que viu no vídeo foi “um polícia a cumprir as suas obrigações”, mas aguarda esclarecimentos sobre o que se passou depois, no âmbito do processo-crime e processo disciplinar que estão a decorrer.

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O novo director nacional da PSP disse esta segunda-feira que não viu “qualquer infracção” no vídeo da detenção de Cláudia Simões na Amadora, a 19 de Janeiro. Questionado sobre a actuação policial no caso, Magina da Silva afirmou que aquilo que viu no vídeo foi “um polícia a cumprir as suas obrigações e as normas que estão em vigor na PSP”. O que se passou depois, lembrou, será esclarecido no âmbito do processo-crime e o processo disciplinar a decorrer”.

“Há uma actuação legal e legítima por parte de um agente da autoridade. Há uma resistência na condução para identificação e há efectivamente uma acção de resistência activa contra o agente que decidiu proceder à detenção, que foi o que aconteceu. O que se passou depois, que não está documentado no vídeo, obviamente será devidamente esclarecido no âmbito do processo-crime e o processo disciplinar a decorrer na IGAI”, disse Magina da Silva.

Na altura, o ministro da Administração Interna determinou à Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito para apuramento dos factos relacionados com a actuação policial na sequência da denúncia apresentada pela mulher detida contra o polícia de serviço, alegando ter sido violentamente agredida pelo agente.

No âmbito desta ocorrência, a organização SOS Racismo recebeu “uma denúncia de violência policial contra a cidadã portuguesa negra”, indicando que a mulher ficou “em estado grave”, resultado das agressões que sofreu na paragem de autocarros e dentro da viatura da PSP em direcção à esquadra de Casal de São Brás, na Amadora.

O novo director nacional da PSP quer responsabilizar os agentes que tenham “comportamentos discriminatórios” e extremistas e defender “os bons polícias que, muitas vezes, são injustamente atacados na praça pública”.

“Vamos exigir que os polícias cumpram com a lei, que os polícias respeitem os direitos liberdades e garantias, que os polícias não tenham comportamentos discriminatórios e extremismo de qualquer tipo”, disse aos jornalistas o superintendente-chefe Manuel Augusto Magina da Silva, no final da sua tomada de posse no Ministério da Administração Interna.

O novo director da Polícia de Segurança Pública adiantou que vai também “defender os bons polícias e os polícias que, muitas vezes, são injustamente atacados na praça pública quando apenas cumpriram as suas funções e os regulamentos que estão em vigor”.

Magina da Silva considerou importante “combater todas as formas de extremismo, radicalismo e discriminação, fora e dentro da Polícia de Segurança Pública”. Nesse sentido, frisou que pretende “responsabilizar os polícias que dolosamente ou de forma grave violem as suas obrigações legais e as instruções hierárquicas emitidas, nomeadamente no referente ao uso da força pública”, bem como “defender os polícias injustamente acusados”.

Magina da Silva, até agora número dois da PSP, tomou posse como director nacional da Polícia Segurança Pública e substitui Luís Farinha, que estava no cargo desde Novembro de 2013 e cujo mandato já tinha terminado em Novembro de 2019.