China: agências e companhias aéreas cancelam viagens, TAP preparada para “reagir”

Portugal desaconselha “viagens não essenciais”, dado o risco de exposição ao novo coronavírus, e as agências estão tirar o país das rotas. Várias companhias aéreas já cancelaram as ligações.

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Aly Song/Reuters

Os operadores turísticos portugueses estão a cumprir as indicações do Portal das Comunidades Portuguesas, desaconselhando por isso neste momento “viagens não essenciais” à China dada a ocorrência de um grave surto de pneumonia – confirmado pelas autoridades de saúde chinesas e pela Organização Mundial de Saúde –, causada pelo novo coronavírus (2019-nCoV) com epicentro na cidade de Wuhan, na província de Hubei.

As viagens encontram-se suspensas”, confirmou à Fugas a Agência Abreu, que há alguns dias desaconselha os seus clientes. “Não existe uma proibição, mas as pessoas estão conscientes e informadas”, sublinha a operadora, que suspendeu a venda (e procedeu a alguns reembolsos) dos pacotes turísticos na China “até instruções em contrário”.

Com uma partida no dia 4 de Abril, e “dada a baixa procura” deste destino, também a Nortravel decidiu cancelar a data em questão para um circuito de doze dias, tendo mesmo retirado do seu site a informação desse pacote. “Vamos continuar a acompanhar a evolução do surto do vírus e a informação disponibilizada pelo Portal das Comunidades”, respondeu à Fugas Manuel Ferreira, responsável de marketing do operador turístico que em Fevereiro reavaliará a realização das restantes viagens para a China (habitualmente nos meses de Junho, Agosto, Setembro e Outubro).

Todas as partidas “até 20 de Abril encontram-se suspensas”, informou a Pinto Lopes Viagens, que “por precaução” deixou de vender os três circuitos naquele país (um deles é um cruzeiro). “Não foi accionado qualquer alarme relativamente aos restantes países asiáticos ou outros”, diz Rui Pinto Lopes, dando prioridade à “segurança dos passageiros”, indemnizados em alguns casos. “Todo o planeta está exposto, mas estamos calmos, serenos e atentos. Viajamos com mais algum cuidado. A vida continua”, sublinha.

“Nas presentes circunstâncias”, pode ler-se no Portal das Comunidades, em nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros actualizada a 26 de Janeiro, “desaconselham-se neste momento, e até que a situação actual seja revista pelas autoridades chinesas, viagens não essenciais à China, não apenas pelos eventuais riscos de saúde mas também pelas presentes limitações na circulação dentro do país”. 

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Benoit Tessier/Reuters

A Nortravel recorda que, por exemplo em Pequim, os locais turísticos, recintos culturais e salas de espectáculo foram encerrados preventivamente.  

O Portal das Comunidades recomenda “atenção permanente ao constante evoluir da situação”, bem como “às informações divulgadas nos portais da Direcção-Geral da Saúde, do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças e da Organização Mundial da Saúde.

Aconselha ainda os viajantes a efectuar o registo das suas viagens na aplicação Registo Viajante.  

TAP preparada para “reagir"

A TAP, embora não tenha voos directos para a China, está “a acompanhar” a evolução da situação, disse esta quarta-feira Miguel Frasquilhopresidente do Conselho de Administração da empresa, à margem da cerimónia de baptismo de um novo avião no aeroporto de Lisboa. “É evidente que estamos atentos”, sublinhou Frasquilho aos jornalistas. “Seguimos com muita atenção todos as recomendações. Estaremos preparados para reagir”, garantiu o responsável.

O único voo directo entre Portugal e a China é com a Beijing Capital Airlines, uma rota que, após dois anos de suspensão, voltou em Agosto. No site da empresa continua a ser possível reservar voos Lisboa-Xi’an-Pequim. 

Companhias alteram planos, cancelam voos

Entre as várias companhias que asseguram ligações entre a Europa e a China, as maiores já decidiram cancelar ou suspender todos ou grande parte dos voos:

A British Airways anunciou o cancelamento de voos para a China continental. A nota refere a data de 31 de Janeiro para reavalaiar a situação. As rotas de Pequim e Xangai estão fora, Hong Kong mantém-se inalterada. A empresa permite remarcação ou reembolso.

A Iberia, parte do mesmo grupo da British, acaba também de anunciar a suspensão do voo para Xangai, mantendo as mesmas condições.

Já a AirFrance apenas confirmou a suspensão de voos para Wuah, durante o mês de Fevereiro.  

A KLM, parte do grupo da AirFrance, suspende voos para Xiamen, Chengdu e Hangzhou, mas quanto a Xangai só tinha ainda reduzido o número de voos.

A Lufthansa acaba também de cancelar todos os voos, incluindo das companhias do grupo Swiss e Austrian. Voos para Hong Kong mantém-se inalterados.

Em sentido inverso, a Emirates decidiu manter os voos para a China, mas permite remarcações e reembolsos. O mesmo decidiu a sueca SAS.

A Turkish Airlines anunciou estar avaliar a situação, não tendo confirmado alterações. 

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