Aveirenses testam nova tecnologia para bicicletas
Pequeno equipamento permite detectar riscos ou situações com maior intensidade de trânsito, além de recolher vários dados. Quase duas centenas de utilizadores de bicicleta de Aveiro irão começar a experimentá-lo.
À primeira vista pode parecer uma simples lâmpada de bicicleta. Basta encaixá-la no veículo, instalar a aplicação móvel e começar a dar aos pedais. Tão simples quanto isso e com a promessa de prestar uma preciosa ajuda no que toca à segurança: permite detectar e reconhecer riscos e situações com maior intensidade de trânsito, precavendo eventuais perigos através do aumento da luminosidade e ritmo da intermitência. São pequenos sensores, designados de See.Sense Ace Rear, que conseguem, ainda, recolher vários tipos de dados passíveis de serem analisados (exemplo: estado das vias). Irão, agora, ser testados por quase duas centenas de utilizadores de bicicleta do município de Aveiro.
O projecto, desenvolvido ao abrigo do programa Aveiro Tech City, vai arrancar já nos primeiros dias de Janeiro, prolongando-se ao longo de dois anos. Na prática, foi lançada uma chamada aos ciclistas do concelho para participarem no chamado “Desafio da Mobilidade”. Irá caber-lhes a missão de testar estes aparelhos inteligentes (o município irá distribuir um total de 180), cujo preço de venda ao público é de 55 euros – a autarquia aveirense irá disponibilizá-los a 5 euros, valor que reverte para as três associações parceiras do projecto (Ciclaveiro, Nbicla e Cicloeixo).
Os pequenos sensores, já testados nas cidades de Dublin (Irlanda) e Manchester (Inglaterra), somam às vantagens já anunciadas mais umas quantas mais-valias: emite alertas em caso de tentativa de roubo e também em situações de quedas; consegue recolher dados que permitem à autarquia saber qual o estado do asfalto e verificar quais os trajectos mais usados pelos ciclistas. Também faz gestão do nível de luz, consoante a altura do dia e o nível de bateria existente, e com um raio de visibilidade até 1,5 quilómetros de distância.
Todos os dados recolhidos vão ser transferidos para uma plataforma de análise, com a garantia de que a privacidade dos cidadãos irá ser respeitada. “A protecção dos dados está garantida. Ninguém vai saber da vida de ninguém”, frisa Ribau Esteves, presidente da câmara municipal de Aveiro, promotora do projecto.
Segundo sublinha o edil, este projecto é mais um exemplo prático dessa aposta em utilizar a tecnologia como meio para melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos, ajudando as entidades de gestão a recolher informação para gerir o território, desde a mobilidade, educação, cultura e ambiente. “Para gerirmos a mobilidade, para tomarmos boas decisões sobre qualificação de circuitos, ciclovias dedicadas, sinalética, etc., é muito importante termos dados reais e objectivos”, argumenta Ribau Esteves.