“O que será da cidade quando a vaga de turismo acabar?”
A pressão imobiliária alojou-se, muitos moradores perderam a casa. Na ilha do Beco do Paço, no Porto, todos tiveram ordem para sair. O futuro é um lugar incerto.
A bandeira de Portugal pendurada ao contrário poderia ser alegoria de um português orgulhoso na nação a quem a nação falhou. Mas António Santos nem reparou nisso quando fixou aquele pedaço de pano verde e vermelho numa das paredes enegrecidas pela humidade da sua minúscula casa. A mágoa ainda não lhe deu para desamores com o país, mas tem-lhe roubado horas de sono no último ano. “Somos portugueses e deixamos de conseguir pagar uma casa em Portugal”, diz entristecido. Na sua ilha, junto ao Hospital de Santo António, no Porto, todos receberam ordem para sair. Quem resiste, como ele, não tem para onde ir.
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