A vencedora do concurso de beleza Miss Mundo foi a jamaicana Toni-Ann Singh, um feito que permitiu que, pela primeira vez, duas mulheres negras detenham em simultâneo os títulos de Miss Universo e Miss Mundo, depois de, na semana passada, a sul-africana Zozibini Tunzi, de 26 anos, ter subido ao pódio como Miss Universo.
Aos 23 anos, Toni-Ann Singh, que nasceu em Saint Thomas, formou-se recentemente em psicologia e estudos femininos pela Universidade da Florida. Porém, a jamaicana afirma querer continuar aprofundar conhecimentos na área da medicina. Na final do concurso, que aconteceu em Londres, a 14 de Dezembro, a modelo cantou I have nothing, de Whitney Houston, e respondeu a uma série de questões, cujas respostas terão impressionado o júri.
No rescaldo da final, a jovem dedicou o prémio, através de uma publicação na sua conta de Twitter, “a todas as meninas do mundo”. “Por favor acreditem em vós”, apelou Toni-Ann Singh. “Por favor, saibam o que são merecedoras e capazes de atingir os vossos sonhos. Esta coroa não é minha, é vossa”, rematou a Miss Mundo.
Sobre os seus propósitos para o futuro, quando questionada pelos jurados sobre a sua carreira na música, Toni-Ann Singh respondeu que “se a porta estiver aberta”, aceita a oportunidade. “Isto parece um sonho, estou tão grata”, disse a vencedora.
Jamaica, um país de misses
Toni-Ann Singh é a quarta jamaicana a ganhar o concurso Miss Mundo, depois de ter vencido as outras 111 concorrentes. Em segundo e terceiro lugar, ficaram a francesa Ophély Mézino e a indiana Suman Rao.
A Jamaica é o terceiro país do mundo com mais vencedoras do título de Miss Mundo, ultrapassado apenas pela Índia e Venezuela, cada qual com seis coroadas. Em 1963, foi Carole Joan Crawford a primeira a levar a coroa para a Jamaica. Seguiram-se, em 1976 e 1993, Cindy Breakspeare e Lisa Hanna, respectivamente.
Concursos de beleza: inclusivos ou discriminatórios?
Pela primeira vez na história, as coroas de cinco concursos de beleza pertencem a mulheres negras: Miss Universo, Miss Mundo, Miss Estados Unidos, Miss América e Miss Adolescente Estados Unidos.
Em entrevista ao New York Times, a professora de estudos africanos da Universidade de Cornell, Noliwe Rooks, diz que estas vitórias mostram como estas competições evoluíram de validar apenas características associadas à beleza das mulheres brancas, como a pele clara ou o cabelo liso, para valorizar a beleza diferente.
No reverso da moeda estão as críticas a este tipo de competição que se fazem sentir nas redes sociais. Um utilizador do Twitter escreveu: “Um concurso de beleza que coloca as mulheres umas contra as outras é extremamente datado.”
Recentemente, a concorrente a Miss Mundo Veronika Didusenko processou a organização do concurso por ter sido destituída de Miss Ucrânia e, consequentemente, desqualificada da competição por ser mãe.