Rui Tavares diz que todos no Livre estão orgulhosos com eleição de Joacine

Fundador do Livre diz que a linha do partido é influenciada por “vários estilos”. Por isso, não existe “nenhum desvio” em relação às ideias originais com o desempenho da deputada.

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Rui Tavares esvaziou polémica sobre a atitude de Joacine Katar-Moreira como deputada do Livre Rui Gaudencio

O fundador do Livre, Rui Tavares, afirmou domingo à noite à agência Lusa que “toda a gente” no partido está “contente, orgulhosa” com a eleição como deputada de Joacine Katar Moreira, que considera ter “condições magníficas” para fazer “um mandato extraordinário”.

“Evidentemente, toda a gente no Livre está contente, orgulhosa, pelo facto de termos conseguido a eleição da Joacine Katar Moreira e todos sabemos que a Joacine tem condições magníficas, pessoais e partidárias, para fazer um mandato extraordinário”, disse Rui Tavares, falando à margem do evento Arquipélago de Escritores, que decorreu desde quinta-feira em Ponta Delgada, nos Açores.

O fundador do partido que elegeu Joacine Katar Moreira pelo círculo de Lisboa, nas últimas eleições legislativas, reagiu assim a recentes notícias dando conta de descontentamento no interior do Livre face a algumas posições recentes da deputada.

Rui Tavares assinalou que apesar da linha do partido ser influenciada por “vários estilos”, não existe “nenhum desvio” em relação às ideias originais.

“Não tem nenhum desvio em relação ao partido europeísta e ecologista que sempre quisemos fazer e que vai ser, naturalmente, declinado por vários estilos, várias maneiras de fazer, várias personalidades. Nenhum de nós é igual ao outro”, destacou.

O fundador do Livre negou que o partido tenha extremado algumas posições devido à actuação da deputada, fazendo a distinção entre “radical” e “extremista”.

“O Livre, certamente coisa que não é um partido extremista. Alias, a própria Joacine teve o cuidado de numa entrevista fazer a distinção entre ser radical e ser extremista”, apontou Tavares, considerando que existem “propostas” na agenda do Livre “que vão à raiz”, mas que “são sensatas”.

Rui Tavares avançou que o Livre está “centrado” em “ser um partido diferente dos outros” e que “não está dependente de uma só pessoa”.

“A despeito das polémicas dos dias, que interessam a muitas pessoas, que fazem as delícias das redes sociais e a que muitos jornalistas insistem em ligar, devem saber que o Livre está completamente centrado nessa ideia: ser um partido diferente dos outros, com um tipo de direcção politica muito diferente, muito colegial, que não está dependente de uma só pessoa”, apontou. O historiador classificou o partido como o que “sempre foi”, um partido “do meio da esquerda”.

“Agora, esperemos que sendo o Livre um partido parlamentar, que os jornalistas e a sociedade e toda a gente interessada vá acompanhado o Livre e estejam conscientes na garantia que este partido é o que sempre foi e é o que quer continuar a ser: um partido da esquerda verde europeia, do meio da esquerda”, disse.

Rui Tavares, que foi candidato a eurodeputado pelo partido nas últimas europeias, quer que o Livre seja o “partido mais interessante de Portugal” e assegurou que o partido está “para ficar”.