Londres-Sydney, o futuro maior voo comercial directo do mundo durou mais de 19 horas

O avião da australiana Qantas descolou às 6h09 de quinta-feira de Londres com 50 passageiros a bordo. Aterrou esta madrugada em Sydney, 19 horas e 19 minutos depois.

,Vôo direto
Fotogaleria
A chegada do aparelho ao aeorporto de Sydney DR/Qantas
,CIA aérea
Fotogaleria
Celebração à chegada, com o CEO da Quantas, Alan Joyce, e a comandante Helen Trenerry à frente da equipa e passageiros do voo EPA/PETER RAE
Fotogaleria
A celebração no aeroporto, altura em que também arrancaram as comemorações dos 100 anos da Qantas EPA/PETER RAE
Londres
Fotogaleria
O avião tem pintado o "100" que marca o centenário da companhia, fundada em 1920. DR/Qantas
,Qantas
Fotogaleria
O avião momentos antes de levantar voo em Londres DR/Qantas

Foram 19 horas e 19 minutos de voo, quase 18 mil quilómetros percorridos e cem toneladas de combustível de aviação. Os passageiros, esses, tiveram a oportunidade de assistir a dois nasceres do sol.

O voo da companhia aérea australiana Qantas descolou do aeroporto de Heathrow com destino a Sydney, na quinta-feira, às 6h09 de Londres com 50 passageiros a bordo. Era já sexta-feira, 17.800 quilómetros depois, quando aterrou na Austrália às 12h28 locais (01h28 em Lisboa). Este foi o teste para aquele que será o mais longo voo comercial regular da história da aviação, sem escalas. E tem outro valor histórico: é apenas o segundo voo directo desta rota e acontece três décadas depois depois do primeiro, quando, em 1989, um Boeing 747-400 levou 23 passageiros entre as cidades australiana e britânica durante 20 horas e 9 minutos.

Foto
DR/Qantas

Desta feita, a aeronave usada no trajecto foi um Boeing 787-9 Dreamliner, chamado Longreach (Longo alcance). Embora tenha capacidade para 300 passageiros, neste voo participaram apenas 50 pessoas — incluindo quatro pilotos, entre os quais a comandante Helen Trenerry.

Os passageiros assistiram a dois nasceres do sol DR/Qantas
Durante o voo todos realizaram exercícios para melhorar o bem-estar durante a longa viagem DR/Qantas
Durante o voo todos realizaram exercícios para melhorar o bem-estar durante a longa viagem DR/Qantas
As refeições (e os seus horários) foram planeadas ao detalhe para contrariar o jet lag DR/Qantas
Este é apenas o 2.º voo da história directo entre Londres e Sydney. Deverá ser regular a partir de 2022 DR/Qantas
A equpa incluía quatro pilotos DR/Qantas
Durante o voo, até a forma como os passageiros utilizaram formas de entrenimento e passar o tempo foram monitorizadas DR/Qantas
A rota deverá tornar-se regular em 2022, se tudo correr como a Qantas prevê DR/Qantas
Fotogaleria
Os passageiros assistiram a dois nasceres do sol DR/Qantas

Além de funcionários da Qantas, que celebra 99 anos a 16 de Novembro e aproveitou para lançar o programa do centenário (bem a propósito o avião ostentava o “100” pintado), voaram passageiros habituais da companhia, sendo que não foram vendidos bilhetes, cujos padrões de sono, movimentos, alimentação e uso de entretenimento a bordo foram monitorizados. Os dados foram reunidos por investigadores do Centro Charles Perkins, uma unidade de investigação médica da Universidade de Sydney, que analisarão depois como os voos de longo curso directos afectam a saúde e bem-estar dos passageiros.

Uma equipa da Universidade Monash de Melbourne monitorizou também os níveis de melatonina (a hormona que influencia os padrões de sono) dos pilotos e tripulação antes, durante e depois do voo.

O objectivo, explicou o CEO da Qantas, Alan Joyce, é mostrar ao regulador de aviação que é possível realizar estas viagens de forma segura e conseguir autorização das autoridades australianas para operar estes voos.

Quanto ao maior desafio, a comandante Helen Trenerry sublinhou, na véspera do voo, que seria fazer a travessia através de rotas que não são frequentemente usadas pela companhia aérea e voar por “espaço aéreo desconhecido, com as dificuldades linguísticas que isso acarreta”.

O chamado “Project Sunrise” da Qantas, no qual se insere esta viagem, pretende introduzir voos de longo curso directos regulares entre Sydney e Londres e Sydney e Nova Iorque até 2022. Para tal, a companhia aérea planeou três viagens experimentais, sendo esta a segunda. Em Outubro, levantou voo o primeiro avião, partindo de Nova Iorque e com destino a Sydney (que repetirá em Dezembro), tendo demorado 19 horas e 16 minutos a percorrer os cerca de 16 mil quilómetros. Praticamente o mesmo tempo que o voo agora realizado, apesar da distância ser 1500km superior (os ventos ajudaram). A viagem repetir-se-á em Dezembro.

A companhia voou pela primeira vez entre Londres e Sydney em 1947. A viagem demorava cinco dias com seis escalas. Hoje em dia, e desde 2018, voa regularmente entre Perth e Londres: o voo dura 17 horas. 

Sugerir correcção
Ler 4 comentários