Governo aposta no turismo para aumentar exportações
Programa de Governo promete uma estratégia a dez anos para desenvolver o turismo. E quer posicionar o país como um destino LGBTI, de “caminhos cénicos”, rotas naturais e cicláveis.
No meio de diversas páginas dedicadas à digitalização da Economia – um tema que passa a estar expresso em permanência no nome do ministério da Economia e Transição Digital – o programa do novo governo transcreve aquilo que o programa eleitoral do PS já prometia: “continuar a apostar no Turismo para o aumento das exportações”.
As razões para tal são explicadas logo a seguir: nos últimos quatro anos, as receitas turísticas cresceram 45%; em 2018, o sector passou pela primeira vez a fasquia dos 400 mil trabalhadores empregados; o índice de sazonalidade foi o menor de sempre em 2018 (36%); e como tal o turismo “tem sido um poderoso instrumento de posicionamento internacional e de coesão económica, social e territorial”.
Ainda que copie do programa do PS extensas listas de medidas com as quais pretende incentivar e promover uma indústria mais digital e automatizada, bem assim como uma administração pública igualmente mais digital, fica claro que o novo Governo empossado neste sábado põe muitas fichas nas receitas turísticas, que contam para a exportação de serviços sempre que se trate de turistas estrangeiros.
Nessa área, além de prometer uma estratégia a dez anos, o executivo de António Costa quer “desenvolver um programa de turismo ferroviário"; “posicionar Portugal como destino de referência no turismo de Natureza”, “criar um programa nacional de promoção de Portugal como destino LGBTI” (lésbico, gay, bissexual, transgénero e intersexual); “incluir o alemão, o francês e o mandarim” nas escolas de turismo; “posicionar” o país como um destino de “caminhos cénicos, trilhos e percursos cicláveis"; e implementar o “Passe Portugal”.
Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística, o turismo tem crescido em todo o país desde o início de 2019. Entre Janeiro e Agosto, Portugal recebeu 18 milhões de visitantes. E apesar de uma quebra no ritmo de crescimento, o país pode fechar 2019 com 26 milhões de hóspedes, o que a confirmar-se representaria um crescimento de um milhão de turistas face aos números de 2018.