Parque Peneda-Gerês enfrenta “elevado abandono” e “envelhecimento profundo”
O congresso que hoje começou encerra o projecto RevitAgri-PNPG, que “consiste numa análise das empresas de agro-negócio” do único parque nacional português.
A coordenadora do projecto RevitAgri-PNPG, Ana Paula Vale, disse nesta quinta-feira em Arcos de Valdevez, que o Parque Nacional da Peneda-Gerês apresenta “um elevado abandono por parte de população e um envelhecimento profundo”.
Em comunicado, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), referiu que a responsável, que falava durante o I Congresso Internacional para a Revitalização do Mundo Rural, que decorre até sábado, considerou aquele projecto veio “confirmar algumas suspeitas”.
“Nomeadamente a do abandono em termos de população no parque nacional, o envelhecimento profundo, embora com alguns bons exemplos, como o caso de alguns jovens que se instalaram e estão de uma forma muito positiva a dinamizar alguns sectores, nomeadamente a apicultura”, referiu Ana Paula Vale, citada na nota.
O congresso que hoje começou encerra o projecto RevitAgri-PNPG, que “consiste numa análise das empresas de agro-negócio” do único parque nacional, “relativamente ao seu potencial de inovação, à melhoria dos circuitos de comercialização e à identificação de redes de cooperação que visem uma maior rentabilização dos recursos e uma melhoria de posicionamento dos produtos no mercado”.
O projecto trabalhou ainda outros sectores como o do fumeiro, as plantas aromáticas.
“Têm ainda pouca expressão, esperando-se que fosse muito superior uma vez que se ouve falar muito nas plantas aromáticas do parque. A verdade é que pessoas que estão a trabalhar de uma forma profissional a comercialização destas plantas são ainda muito poucas”, destacou Ana Paula Vale.
A coordenadora do projecto deixou ainda um “alerta” para o sector da produção animal, “que preocupou os técnicos do projecto”.
“Sobretudo no que diz respeito às raças autóctones. A produção da raça cachena está fortemente localizada em Arcos de Valdevez e Ponte da Barca. Existem alguns problemas que terão que ser resolvidos, quer pela concentração de animais, quer pela própria comercialização dos animais e da carne. Este é um sector que deverá ter continuidade em termos de trabalho”, defendeu.
Entre as conclusões do projecto Revitagri apontou “alguns bons exemplos de jovens que se instalaram e que estão de uma forma muito positiva a dinamizar alguns sectores no PNPG”.
A coordenadora do projecto, Ana Paula Vale, explicou ainda que o RevitAgri-PNPG, iniciado em 2017, distinguiu-se de outros desenvolvidos no parque mais direccionados para a biodiversidade e caracterização da biodiversidade”, pelo “cariz social”, ao “trabalhar para as pessoas e com as pessoas, para os produtores”.
O projecto foi desenvolvido desde Maio de 2017 e envolveu ainda técnicos das outras escolas superiores do IPVC como a de Ciências Empresariais e a Agrária, entre outras entidades.
O congresso de encerramento do projecto, que decorre até sábado na Casa das Artes, em Arcos de Valdevez, com o apoio da Câmara local “tem como principal objectivo promover o agro-negócio existente no mundo rural, contando com a presença de oradores nacionais e internacionais, que irão mostrar diferentes pontos de vista e novas estratégias, para um futuro próspero do agro-negócio no PNPG”.