Associação Académica da U. Évora lança petição contra falta de alojamento

O Governo “não tem cumprido com o que diz”, acusa a Associação Académica da Universidade de Évora, que exige “que seja cumprida a dotação orçamental” para as universidades e que “o investimento seja equitativamente aplicado no Alentejo”.

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Rui Gaudencio

A Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE) lançou uma petição pública na Internet para exigir ao Governo medidas que combatam a falta de alojamento para os estudantes na cidade alentejana. O Governo “não tem cumprido com o que diz” em relação à prioridade dada ao alojamento estudantil porque “passado um ano os resultados são quase nenhuns e para Évora são mesmo zero”, afirmou à agência Lusa a presidente da AAUE, Ana Rita Silva. Críticas que a responsável já tinha tecido em declarações ao P3, a propósito de um artigo sobre a falta de alojamento para universitários em Évora, um “problema grave” no entender da comunidade académica.

Segundo a dirigente estudantil, o executivo governamental “assumiu que o alojamento estudantil seria uma prioridade” e considerou “uma vitória o aumento de 4% de camas”, mas esse aumento é de “595 camas” para todo o país e para “o Alentejo e Algarve são 44”. “Há claramente uma falta de compromisso vindo de cima e nós tínhamos que alertar. O objectivo é reunir assinaturas para depois fazer chegar a petição ao Governo e à Assembleia da República”, indicou.

Ana Rita Silva considerou que a oferta de casas e quartos para estudantes em Évora “está mais reduzida” em relação ao início do ano lectivo passado, alegando que “houve mais casas e apartamentos que foram transformadas em alojamento local”. “Quanto a valores, são 220 a 250 euros por quarto com despesas à parte”, assinalou.

A presidente da AAUE referiu, contudo, que este ano “houve um pequeno alívio” porque as regras para as residências mudaram e os bolseiros passaram a ter prioridade em relação aos estudantes que não o são e que já estavam nas residências. “Os que não eram bolseiros foram informados que teriam de abandonar as residências e conseguiram arranjar casas em Junho e Julho, o que fez com que agora existissem mais camas para os bolseiros que entraram na universidade”, disse.

Denominada “Mas afinal, onde é que se dorme aqui? Pelo direito ao alojamento estudantil em Évora”, a petição foi lançada esta semana pela AAUE e tinha esta quarta-feira de manhã, segundo constatou a Lusa, várias dezenas de assinaturas. Na petição, a associação académica pede “um aumento orçamental” para a criação de residências universitárias públicas, “que seja cumprida a dotação orçamental” para as universidades e que “o investimento seja equitativamente aplicado no Alentejo”.

A fixação de um limite dos preços praticados pelos senhorios, a clarificação de prazos em relação à criação de uma residência no antigo edifício da ASAE em Évora e a identificação de edifícios devolutos do Estado, a sua integração no Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado e, consequentemente, no Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior (PNAES) são outras reivindicações.