Para muitos passageiros, uma longa viagem em que estão presentes bebés a chorar pode ser um pesadelo. A Japan Airlines (JAL) introduziu uma inovação que permite aos seus passageiros saberem que lugares já estão reservados para bebés nos seus aviões.
Quando se compra um bilhete e no avião já estão designados lugares para passageiros com bebés, o mapa de selecção de assentos mostra um ícone com uma criança sorridente. Quem preferir, pode assim evitar os lugares próximos.
“Os passageiros que viajam com crianças entre os oito dias e dois anos, quando seleccionam os seus lugares no site da JAL, serão indicados com o ícone de um bebé, que surgirá no ecrã de selecção de assentos”, informa a companhia na sua página de apoio a passageiros com crianças.
O detalhe: “Isto permite aos outros passageiros saberem que um bebé poderá estar ali sentado”.
E mais não se acrescenta, nem é necessário: acaba por ser não só um serviço extra para viagens familiares (quem viaja com crianças tem direito a selecção preferencial de conjuntos de lugares, além de outras benesses), como para os passageiros que querem viajar o mais longe possível de potenciais choros.
Este “alerta bebés” tornou-se agora viral em todo o mundo com passageiros a elogiarem a medida. “Obrigado” – escreve Rahat Ahmed, cuja mensagem está a ser partilhada em vários media, incluindo CNN – “por me avisarem onde os bebés planeiam berrar durante uma viagem de 13 horas. Isto deveria ser obrigatório em todo o lado”. O utilizador dá ainda o exemplo oposto de uma viagem que fez, chamando a atenção da companhia do Qatar: “Tive três bebés a gritarem ao meu lado de Doha a Nova Iorque há duas semanas”.
Mas nem todas as reacções são tão elogiosas quanto a esta utilização da informação. “São bebés, como nós já fomos. Temos de aprender a tolerância ou em breve precisaremos de um mapa para pessoas que respiram pela boca, flatulentos, babosos, bêbados...”, comenta uma utilizadora do Twitter, @gsundar, a Ahmed. Várias pessoas criticam também a falta de empatia na mensagem para com as famílias com filhos que têm de viajar.
Ao jornal USA Today, Ahmed comentou não ter nada contra os passageiros mais novos, mas como faz muitos voos de longo curso em trabalho, esperando aproveitar o voo para descansar e dormir, o “mapa dos bebés” é muito útil: “Fico feliz por poder aproveitá-lo”, diz, mesmo não sendo 100% seguro. Ahmed destaca ainda que foi a primeira vez que reparou em tal informação numa companhia aérea.
O mapa, de facto, não é 100% preciso quanto à composição real e final do avião em termos de passageiros: só funciona para quem reserva no site da JAL e pode haver mudanças não referenciadas, como alterações posteriores no aparelho e/ou na distribuição de assentos.
Outra solução mais geral para quem quiser voar afastado dos passageiros mais novinhos: escolher os lugares nas saídas de emergência – os passageiros que viajam com crianças não podem sentar-se nestas áreas por razões de segurança.
Mas, na Ásia, até há outras companhias aéreas com propostas semelhantes (a ANA - All Nippon Airways também informa da localização) ou mais directas para quem quer viajar afastado de bebés: a AirAsia X e Malaysia Airlines (ambas da Malásia), IndiGo (Índia) ou a Scoot (Singapura) introduziram a possibilidade de os passageiros poderem comprar passagens em zonas livres de crianças ou "zonas silenciosas”. A Malasya foi das primeiras do mundo a criar uma zona sem crianças. Na AirAsia X só aceitam aqui maiores de 10 anos, na Scoot há a proposta ScootinSilence e só para maiores de 12, a mesma idade era o mínimo para a área “calma” na IndiGo, mas a empresa acabaria por desistir da iniciativa.