A activista ambiental sueca Greta Thunberg, que se recusou a viajar de avião para evitar emissões poluentes, chega nesta quarta-feira a bordo de um veleiro ecológico a Nova Iorque, EUA, onde participará numa cimeira das Nações Unidas.
Depois de cruzar o Atlântico em cerca de duas semanas, numa embarcação proveniente do Reino Unido, a jovem que luta por uma acção concertada contra o aquecimento global será recebida pela ONU com uma frota de 17 barcos, um para cada um dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
A activista pelo clima iniciou a viagem no passado dia 14, no porto de Plymouth (sudoeste da Inglaterra), numa aventura que também a levará ao Canadá, México e, por fim, ao Chile, onde está previsto participar noutra conferência sobre a emergência climática, em Dezembro.
Antes da cimeira da ONU, a 23 de Setembro, Greta Thunberg vai participar em várias manifestações com jovens.
A sueca de 16 anos esteve na origem de um movimento mundial de estudantes, que se uniram numa greve climática para pressionar a acção dos governos em defesa do clima. Por razões ambientais, recusou-se a viajar de avião, devido à poluição que provoca, e procurou uma alternativa ambientalmente sustentável, tendo optado por se deslocar num veleiro ecológico, equipado com painéis solares e turbinas submersas que geram electricidade sem dióxido de carbono.
O barco, Malizia II, foi cedido gratuitamente para a viagem pelo filho da princesa Carolina do Mónaco, Pierre Casiraghi. A jovem viaja acompanhada pelo pai, por um cineasta e por Pierre Casiraghi, neto do falecido rei do Mónaco, Rainier III.
Segundo a Euronews, será agora necessário que dois membros da tripulação do Malizia II voem até aos EUA para trazer a embarcação de volta. “Somos uma equipa de competição e temos de utilizar este tempo para treinar, como teríamos feito se não tivéssemos feito esta viagem”, disse o porta-voz Holly Cova. Em causa está a regata The Ocean Race, que se realiza de três em três anos. “Decidimos viajar para a cidade de Nova Iorque com muito pouco tempo de antecedência, assim duas pessoas têm de voar para os EUA para trazer o barco. Só temos um, por isso eles não podem facilmente navegar e encontrar-se com os outros tripulantes.” A solução, reconhece, “não é perfeita”, mas o responsável sublinha que a pegada de carbono para esta operação logística foi compensada. “Compensamos completamente a nossa pegada em 2018 e vamos fazê-lo em 2019 e mais além.”
Durante o próximo ano, Greta Thunberg vai fazer uma pausa nos estudos para continuar a consciencialização sobre as mudanças climáticas e pressionar os líderes mundiais a intensificar os esforços para conter o aquecimento global.