Greta Thunberg é uma jovem activista sueca de 16 anos. Todas as sextas-feiras ela protestou sentada à frente do Parlamento da Suécia, durante o horário escolar, com o sinal de “Skolstrejk för klimatet” ("Greve à escola pelo clima”, em tradução livre).
Inspirados nela, na sexta-feira, 15 de Março, milhares de estudantes em mais de 2000 cidades em 125 países uniram-se e juntos manifestaram-se contra as alterações climáticas e a inactividade dos governos no que toca à resolução desta crise. Os estudantes portugueses não foram excepção. No país decorreram 28 greves pelo clima. Nós participámos no protesto de Lisboa, que se iniciou no Largo de Camões e terminou em frente à Assembleia da República, onde milhares se manifestaram durante horas, ao sol, a temperaturas fora do normal para esta altura do ano em Lisboa.
No entanto, todo este movimento foi mal entendido por grande parte das pessoas que observaram a partir de fora, como adultos, professores, jornalistas, membros do governo entre outros. Esta manifestação não era uma desculpa para faltar à escola, nem um apelo à diminuição da utilização de objectos de plástico e à necessidade de se adoptar uma dieta vegan. Claro que estes são pontos importantes na mudança ambiental e todos os cidadãos têm de fazer um esforço para cultivar um estilo de vida mais sustentável, mas sem uma actuação do Governo que complemente estas acções o aquecimento global não cessará.
Portugal ainda tem duas centrais eléctricas movidas a carvão, a de Sines e a do Pego, que são responsáveis por um quinto das emissões de dióxido de carbono portuguesas, segundo a associação ambientalista Zero. Este movimento pede que estas sejam encerradas. Outro dos pedidos é a melhoria considerável do sistema de transportes públicos em Portugal para que estes possam substituir o uso do transporte particular. Estes pedidos encontram-se entre outros, como o aumento da utilização de energia solar, presente no manifesto escrito pelos organizadores desta manifestação, e podem ser encontrados na página deste movimento. São medidas que têm de ser tomadas pelo Governo, que só ele as pode executar, e não é o cidadão no seu dia-a-dia que as irá alterar e reduzir significativamente a poluição criada diariamente pelo nosso país.
Acredito que, tal como nós, muitos jovens que participaram na manifestação tenham ficado comovidos com a adesão e tenham ficado mais sensibilizados para o problema e creio que de facto farão um esforço para alterar os seus hábitos de vida, mas, infelizmente, isso já não é suficiente. É pedido ao Governo que oiça os jovens e a população e que leve a sério a crise climática, tomando medidas urgentes para alterar o rumo do aquecimento global.