O filme Breaking Bad vai estrear-se na Netflix em Outubro
El Camino: A Breaking Bad Movie passará depois ao canal AMC nos televisores. O que aconteceu a Jesse Pinkman? É preciso esperar para ver.
A estreia de El Camino: A Breaking Bad Movie não acontecerá nem nos cinemas nem no canal AMC, produtor do filme que prolonga a história de Jesse Pinkman e da série de culto Breaking Bad: vai ser um “Netflix Television Event”, como descreve a própria Netflix no seu comunicado de sábado, que detalha a data de estreia do filme de Vince Gilligan, 11 de Outubro.
Foi há quase um ano que circularam os primeiros rumores de que a história de Breaking Bad, a série do AMC que em Portugal ganhou o título de Ruptura Total e que se tornou numa presença obrigatória em todas as listas de melhores séries na história da televisão, ainda não tinha terminado. Em Novembro, o actor Bryan Cranston (Walter White, o professor que “breaks bad” e dá o título à história criada por Vince Gilligan) confirmou a existência do projecto, avançando que a aventura de Jesse Pinkman (Aaron Paul), o seu correligionário na confecção e no tráfico de drogas em Albuquerque entre 2008 e 2013, seria exibida em ecrãs de todoo mundo.
Aaron Paul está há dois anos a bordo do projecto, como revelou agora ao diário norte-americano The New York Times, e dará seguimento à história que há quase seis anos terminou no pequeno ecrã com Jesse a bordo de um Chevrolet El Camino. A pergunta que paira é “o que aconteceu a Jesse Pinkman?” e a sinopse para já enuncia apenas que, “na sequência da sua fuga dramática do cativeiro, [a personagem] tem de lidar com o seu passado para forjar algum tipo de futuro”.
Vince Gilligan voltou à cadeira de realizador e argumentista, tendo-se associando à Sony Pictures Television (com a qual assinou um contrato de três anos) para produzir este filme que se enquadra na nova estratégia do canal AMC – expandir os seus “universos”, essa palavra-chave da produção audiovisual actual, do formato série para o formato filme, o que não significa apenas uma passagem da televisão para o cinema. Neste caso, salta para o streaming antes de eventualmente se estrear no canal AMC americano (também presente na televisão por subscrição portuguesa); no caso de The Walking Dead, outro franchise do AMC, haverá três filmes com a personagem Rick Grimes que vão afinal estrear-se nos cinemas e só depois no canal por subscrição americano. Ambas as séries têm já prequelas: Better Call Saul está no Netflix e Fear the Walking Dead está no AMC; The Walking Dead passa no canal Fox.
A utilização do formato filme para encerrar ou expandir universos televisivos não é uma escolha nova (assim procedeu Joss Whedon quando viu Firefly ser cancelada na televisão para depois terminar com um filme, Serenity, nos cinemas). O fenómeno O Sexo e a Cidade originou dois filmes e Star Trek é o famoso caso de uma série televisiva tornada franchise cinematográfico que continua a atravessar décadas. A série Deadwood, de David Milch, também decidiu dar uma última volta no formato televisivo com o filme que se estreou há meses na HBO Portugal; Transparent, a série da Amazon, vai terminar com um filme musical; o filme Downton Abbey estreia-se no final do Verão nos cinemas. E, mais recentemente, David Chase decidiu reabrir o mundo de Os Sopranos para fazer The Many Saints of New York, uma espécie de prequela da história de Tony Soprano que contará com Joe Pesci, Vera Farmiga e Michael Gandolfini.