PSD recomenda “recato” ao Governo na procura da saída para a greve dos motoristas
O partido de Rui Rio está disponível para “partilhar com as restantes forças parlamentares iniciativas que contribuam para encontrar novos enquadramentos normativos destes problemas, mas não o fará debaixo da pressão dos acontecimentos e das notícias”.
O PSD questiona a “oportunidade da perspectiva de uma greve” dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias e “secunda a iniciativa do Governo em mediar o conflito e em garantir o funcionamento dos serviços indispensáveis”, mas “estranha a forma excessiva como se tem exposto perante a opinião pública no anúncio de medidas coercivas e de salvaguarda do funcionamento daqueles serviços”.
A três dias do início da greve, o PSD reage, em comunicado, à paralisação por tempo indeterminado, afirmando que, “se o Governo quer ter sucesso no processo de mediação entre as partes, e se está verdadeiramente empenhado em encontrar uma saída para esta crise, seria avisado que o fizesse com mais recato e a constituir-se como mediador isento naquele diferendo”.
Para o PSD, “a actual conjuntura política pré-eleitoral não pode ser aproveitada para exercícios desproporcionados de autoridade”. O partido mostra-se “disponível para partilhar com as restantes forças parlamentares iniciativas que contribuam para encontrar novos enquadramentos normativos destes problemas”, mas avisa que “não o fará debaixo da pressão dos acontecimentos e das notícias”. O PSD afirma que “o processo legislativo tem o seu tempo próprio e exige ponderação e avaliação do quadro existente. Mudar a legislação ao sabor dos acontecimentos não é prática que se recomende”.
No comunicado, assinado pelo vice-presidente do partido, David Justino, o PSD revela ainda que “tem vindo a acompanhar com a maior apreensão o conflito que opõe os empresários de transportes rodoviários de mercadorias aos sindicados dos trabalhadores, em torno de um acordo laboral que traga estabilidade e a paz social ao sector”.
“A perspectiva de uma greve por tempo indeterminado, que afectará a vida a vida dos portugueses e o funcionamento da economia com consequências graves para todos, merece da nossa parte as maiores reservas quanto à sua oportunidade e real contributo para a resolução do diferendo que, entretanto, se agudizou”, lê-se no documento tornado público esta quinta-feira à noite.
Segundo os sociais-democratas, “já não são só os interesses das partes envolvidas que poderão ser afectados. São os interesses do país e dos portugueses que estão seriamente ameados”.