Conan Osiris não vai à final da Eurovisão
O português, que actuou em 15.º lugar na semifinal desta terça-feira, não conseguiu chegar à cerimónia de sábado em Telavive.
Telemóveis era a 15.ª canção da noite, a antepenúltima a subir ao palco da primeira semifinal do Festival Eurovisão da Canção 2019, a 64.ª edição do concurso. E acabou por não passar à final. Confirmando o desfecho para que apontavam as casas de apostas, e mesmo tendo sido o tema que mais entusiasmo gerou dentro da arena da Expo Tel Aviv, pelo menos a julgar pelo que se ouviu através da televisão, a canção de Conan Osiris não vai ser interpretada no sábado em Israel.
Vestido de verde, com a cara semitapada por uma máscara verde escura de fibra de algodão, o português actuou acompanhado de João Reis Moreira, o seu fiel bailarino, também vestido de verde. Foi o segundo participante a ser entrevistado no green room, com o apresentador Assi Azar a brincar com a delegação portuguesa. Ainda assim, nem o júri nem os telespectadores consideraram que a canção e o fenómeno Conan Osiris mereciam passar à fase seguinte da competição.
Os países apurados para a final foram a Grécia, a Bielorrússia, a Sérvia, Chipre, a Estónia, a República Checa, a Austrália, a Islândia, São Marino e a Eslovénia.
A noite, que foi comentada em directo na RTP1, com um som que deixou um pouco a desejar, por José Carlos Malato e Nuno Galopim, sempre bastante crítico em relação às canções, arrancou com Netta (Barzilai), a vencedora da final do ano passado em Lisboa que levou à concretização do festival em Israel. A primeira coisa que se viu foi um vídeo com uma actriz infantil encarnando a artista, e tentando contar a história da cantora de Toy sob o mote “dare to dream” ("ousem sonhar").
Logo se passou para o desfile das canções a concurso. O Chipre foi o primeiro país a apresentar-se, com Replay, de Tamta, cantora georgiana que vive na Grécia. Seguiu-se a Eslovénia, com a pop electrónica do casal Zala Kralj & Gašper Šantl, às vezes também escrito ZalaGasper, que interpretou Sebi (ela a cantar e ele na guitarra em playback). Depois, o trio checo Lake Malawi, com a pop anos 1980 de Friend of a friend, com cores e luzes.
Passado o primeiro intervalo, ouviu-se bielorrussa Zinaida Kupriyanovich, uma adolescente de 16 anos que se apresenta como ZENA, e que trouxe vários dançarinos e fogo. A sérvia Nevena Božović, que já tinha ido em 2013 à Eurovisão como membro do grupo Moje 3, interpretou Kruna, balada pop/rock/folk bilingue com fumo. A Austrália enviou Kate Miller-Heidke e a sua música de dança pop misturada com ópera em Zero Gravity, uma canção sobre a depressão pós-parto, bem como uma disposição de palco que incluía uma terra por baixo dela e das dançarinas, todas no ar.
Após o segundo intervalo da competição veio o industrial-tecno-metal dos islandeses Hatari, um grupo anticapitalista e pró-causa palestiniana – disseram, por exemplo, que a edição deste ano assentava numa mentira. Trouxeram um ambiente sado-maso para o palco, onde interpretaram Hatrið mun sigra, ou seja, “o ódio vai prevalecer”. Pela Estónia, o sueco Victor Crone interpretou a sua Storm, que começa com guitarra acústica – ecos dos tempos que passou a aprender escrita de canções em Nashville – e depois explode para uma canção pop, com nuvens e trovões atrás.
Pela Grécia, a greco-canadiana Katerine Duska interpretou Better Love, que também gerou umas quantas palmas na arena. O turco Serhat, que lembrou vagamente Leonard Cohen e é também apresentador e produtor televisivo, fechou as actuações da noite, com a simples Say na na na, caracterizada pela repetição e por um ambiente disco.
Além das canções que estavam a concurso, também actuou na arena Dana International, a vencedora israelita de há 21 anos, quando cantou Diva em Birmingham. Fez uma versão de Just the way you are, de Bruno Mars, com uma mensagem que se pretendia inclusiva.
Quanto à participação portuguesa, para o ano há mais.