Mulheres “não teriam consentido esta loucura” dos abusos sexuais na Igreja

Phyllis Zagano, membro da comissão formada pelo Papa para estudar o diaconado das mulheres e uma das autoridades mundiais nesta matéria, alerta que a Igreja corre o risco de não ser levada a sério na denúncia das desigualdades e da violência exercida contra as mulheres ao não lhes conferir estatuto clerical.

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Miguel Manso
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Os abusos sexuais de menores dentro da Igreja não teriam avançado tanto, se houvesse mulheres com estatuto clerical e funções governativas na Igreja Católica, defende Phyllis Zagano. Professora e investigadora na Universidade de Hofstra, em Nova Iorque, foi convidada, em 2016, a integrar a Pontifícia Comissão para o Estudo do Diaconado das Mulheres. Esta semana, passou por Lisboa, a convite do Centro de Investigação em Teologia e Estudos da Religião, da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, para apresentar o livro Mulheres diáconos – passado, presente e futuro [2019, Paulinas Editora], de que é co-autora. Nesta entrevista, recua séculos para lembrar que eram as diáconos que baptizavam as mulheres, ungiam as doentes e reportavam aos bispos casos de violência doméstica. E avisa que a Igreja tem de avançar para a ordenação de mulheres diáconos, sob pena de não ser levada a sério na denúncia das desigualdades e da violência exercida contra as mulheres.

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