PSD e CDS pedem demissão de secretário de Estado que nomeou o primo

Aumenta a pressão para demissão do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, depois de se ter sabido que o primo Armindo dos Santos Alves, que já abandonou o cargo, era adjunto naquele gabinete.

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Fernando Negrão: "O secretário de Estado devia demitir-se. Fez uma coisa que não devia ter feito” Nelson Garrido

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, pediu nesta quinta-feira a demissão do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, depois de se ter sabido que o primo Armindo dos Santos Alves, que já abandonou o cargo, era adjunto naquele gabinete. Também a líder do CDS, Assunção Cristas, pediu a demissão de Carlos Martins. “Temos assistido com muita perplexidade a variadíssimos casos ligados ao Governo. Hoje à tarde há debate quinzenal, seria bom se porventura não tivéssemos o secretário de Estado no Governo esta tarde”, afirmou, citada pela TSF.

“A responsabilidade, principalmente a responsabilidade política, não é do primo. É de quem o nomeou que foi o secretário de Estado. Ele é que tem essa responsabilidade, porque desafiou o primo para esse desafio. O primo limitou-se a aceitar. O secretário de Estado devia demitir-se. Fez uma coisa que não devia ter feito”, disse, nesta quinta-feira na RTP, o social-democrata, insistindo que a “demissão do assessor não resolve o problema”.

O líder da bancada social-democrata também não poupa críticas à forma como o primeiro-ministro tem respondido à polémica: “Temos da parte do primeiro-ministro uma atitude desculpabilizante, uma atitude de compreensão relativamente a todas estas nomeações. E isto não pode ser. Não pode ser da parte do PS, não pode ser da parte do PSD, não pode ser da parte do CDS, do PCP, do Bloco, não pode ser da parte de nenhum partido. Esta é uma matéria de natureza ética.”

O deputado questiona: “O problema dos familiares no Governo e nas estruturas superiores da administração pública, quase que se generalizou. E, tendo-se generalizado, a pergunta que fica é acabaram os jobs for the boys?, ou seja, acabaram os lugares para os amigos e agora temos os jobs for the family, os empregos para os familiares?”. Para Fernando Negrão, esta é a pergunta que os portugueses fazem “todos os dias”, querem saber “se isto vai continuar a ser assim”. 

Também o presidente do PSD, Rui Rio, tinha já considerado, em declarações à comunicação social, que se tinha ultrapassado “os limites": "Uma coisa é demitir-se um, outra era demitirem-se todos os casos que têm vindo a público. Acho isto ultrapassou os limites, acho que os portugueses já perceberam que isto ultrapassou os limites.” Com Mariana Adam

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