Soam as Guitarras já soma três cidades e mais “encontros únicos” no cartaz
O ciclo que começou em Oeiras em 2017 chegou a Évora em 2018 e agora à Póvoa de Varzim. Haverá mais cidades no futuro, num cartaz que celebra a guitarra entre os dias 4 e 14 de Abril. Começa esta quinta-feira, às 21h30.
À terceira edição, como prometido, o ciclo Soam as Guitarras alargou-se a mais uma cidade. A Oeiras e Évora, onde esta quinta-feira se inicia em simultâneo, junta-se agora Póvoa de Varzim. No município fundador, Oeiras, haverá 8 espectáculos em 8 dias e três espaços: os auditórios Ruy de Carvalho (Carnaxide) e Eunice Muñoz (Oeiras) e a Igreja da Cartuxa (Caxias). Em Évora, os espectáculos (6) concentram-se em 4 dias e em dois espaços: o Teatro Garcia de Resende e a Igreja de São João Evangelista (Palácio Cadaval). Por fim, a Póvoa de Varzim terá 4 espectáculos em 4 dias, o primeiro no Diana Bar e os restantes no Cine-Teatro Garrett.
“A grande aposta deste ano foi crescer mais uma cidade”, diz ao PÚBLICO Nuno Sampaio, programador do ciclo. “A Póvoa de Varzim tem o auditório, um espaço muito interessante, mas tem também o Diana Bar, que é um espaço nada habitual para espectáculos. Era um ponto de encontro da intelectualidade da zona, dos escritores, e foi adaptado pela Câmara para uma biblioteca. Fica mesmo em cima da praia e é perfeito para o conceito que pretendíamos.”
Em Évora os espectáculos não vão circunscrever-se apenas ao Teatro Garcia de Resende, onde decorreu a edição anterior. “Vamos também fazer numa igreja lindíssima, que fica numa zona histórica de Évora. Faremos 3 espectáculos aqui e 3 no Garcia de Resende.” Em Oeiras, os espaços serão os mesmos três da edição anterior, dois auditórios e a Igreja da Cartuxa.
“Encontros únicos”
Quanto à programação, manteve-se a ideia de procurar “encontros únicos”, sempre com a guitarra (seja ela a portuguesa, clássica ou eléctrica) presente. Por exemplo: “A Aline Frazão e o Pedro Jóia é a primeira vez que se vão encontrar e fazer um espectáculo juntos. E tenho a certeza de que vai ser fantástico. Desafiámos também a Luísa Sobral, que está a promover o seu novo disco, mas não vai com o seu grupo, vai apenas acompanhada pelo guitarrista [Manuel Rocha], dentro deste espírito de intimismo que nós gostamos de trazer aos espectáculos.”
Dos artistas programados, dois “vão correr as três cidades”: “O David Fonseca, que vai apresentar um espectáculo especial também, sem banda (ele depois segue para fazer uma tournée), vai estrear connosco este espectáculo, Radio Gemini_Closer. Terá com ele um músico e o espectáculo vai viver muito da componente visual. Depois também vamos ter o [Legendary] Tiger Man, que trará a Calcutá, uma cantora que também toca guitarra, e terá também o João [Cabrita] no saxofone.” Outros estarão em duas cidades, como Marta Pereira da Costa, na guitarra portuguesa, que actua com Tiago Bettencourt em Évora e na Póvoa de Varzim. “Já tive oportunidade de os ouvir na Antena 1 e aquilo está a funcionar muito bem.”
Celebrar a guitarra
Por falar em guitarra portuguesa, esta soará em mais três nomes de relevo: Pedro Caldeira Cabral, que apresentará, a solo, o espectáculo Cítara Portuguesa; Ricardo Rocha, que também em solo absoluto, apresenta em duas igrejas (Évora e Caxias) temas dos seus discos e alguns dos prelúdios que compôs com vista a um disco novo; e Ângelo Freire, que tocará e cantará.
Ricardo Rocha, um dos mais originais guitarristas portugueses da actualidade, a que muitos reconhecem o perfil de um génio, sintetiza assim ao PÚBLICO os dois concertos que irá apresentar em dois domingos consecutivos, dia 7 (Évora, Igreja de São João Evangelista, Palácio Cadaval, 18h) e dia 14 (Caxias, Igreja da Cartuxa, 21h30): “Vou tocar várias peças a solo, dos discos que fiz, e vou tocar alguns prelúdios que ainda não gravei. Esses prelúdios já foram feitos em 2014, e talvez os grave este ano ou no próximo. Porque são muitos, são 27.” Destes, tocará “uns 7 ou 8”, que na sua maioria são inéditos em palco. “Só toquei uns 3, uma vez. Por isso vai ser um bocado estreia já que vou tocar que nunca toquei em público.”
Voltando a Nuno Sampaio e aos nomes que este ano actuam em duas cidades: “Também foi uma aposta feliz o Manel Cruz, que está a apresentar um disco novo, mas que aqui se vai apresentar sozinho. Vai a esse tal espaço, o Diana Bar, que parece que foi criado para ele. E depois actuará em Carnaxide.” Em 2020 o ciclo irá expandir-se a uma nova cidade. Mas para já Nuno Sampaio sublinha o esforço e empenhamento daquelas que já se juntaram à iniciativa: “Quero enaltecer Oeiras, que está connosco desde o início, na organização, e também a disponibilidade que tanto Évora como a Póvoa têm demonstrado. Todos acreditaram no projecto e têm apoiado bastante.” E assim se vai cumprindo o objectivo de “crescer uma cidade em cada ano, até ao limite de seis.” Em 2020 virá uma quarta, a divulgar “muito em breve.”
O cartaz, cidade a cidade
Em Oeiras, todos os espectáculos são às 21h30. No Auditório Municipal Eunice Muñoz estarão Aline Frazão com Pedro Jóia por convidado (dia 4), Luísa Sobral em duo com Manuel Rocha (5) e Ângelo Freire (13); na Igreja da Cartuxa actuam os guitarristas Pedro Caldeira Cabral (7) e Ricardo Rocha (14); e no Auditório Municipal Ruy de Carvalho estarão David Fonseca (6), The Legendary Tiger Man (onde man band) com Calcultá (Teresa Castro, dos Mighty Sands) como convidada especial (11) e Manel Cruz (12).
Em Évora, no Teatro Garcia de Resende (sempre às 21h30) apresentam-se David Fonseca (dia 4), Marta Pereira da Costa com Tiago Bettencourt por convidado (5) e The Legendary Tiger Man com a convidada Calcutá (6). Já a Igreja de São João Evangelista (Palácio Cadaval) recebe, sempre às 18h, Rubel (dia 5), Royal Bermuda (6) e Ricardo Rocha (7).
Por fim, os espectáculos na Póvoa de Varzim (que são sempre às 21h30) começam no Diana Bar, com Manel Cruz (dia 11), e passam para o Cine-Teatro Garrett, que receberá The Legendary Tiger Man com a sua convidada Calcutá (12), Marta Pereira da Costa com Tiago Bettencourt também por convidado (13) e, a fechar o ciclo, David Fonseca (14).