Terror “em directo” da Nova Zelândia: ERC vai analisar queixas da cobertura jornalística
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social confirmou receber queixas da cobertura jornalística mas não revela quais são os órgãos de comunicação referidos.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recebeu esta sexta-feira queixas da cobertura jornalística dos media portugueses do atentado na Nova Zelândia e vai analisar a questão em Conselho Regulador, transmitiu a entidade à Lusa.
A ERC confirmou “a recepção de participações referentes à cobertura jornalística do atentado na Nova Zelândia”, numa resposta escrita a uma pergunta Lusa, sem revelar os órgãos de comunicação social referidos nas queixas. “Esta questão será analisada em conselho regulador”, acrescenta a ERC.
O regulador não revela o conteúdo das queixas, mas as imagens do ataque foram transmitidas em directo no Facebook – e divulgadas, posteriormente, por algumas televisões portuguesas.
O Facebook, o YouTube, e o Twitter estão a ter dificuldades em impedir a circulação na Internet das imagens do ataque desta sexta-feira em duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. Horas depois, imagens detalhadas continuam a circular nas redes sociais.
“Infelizmente, ainda não existe tecnologia para remover este tipo de conteúdo horrendo de forma precisa e automática de serviços de livestreaming”, explicou ao PÚBLICO Hany Farid, professor de ciência da computação na Faculdade de Dartmouth, nos EUA.
Pelo menos 49 pessoas morreram e 48 ficaram feridas esta sexta-feira no ataque a duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia. Os ataques tiveram início às 13h40 (0h40 em Lisboa) nas mesquitas de Al Noor, em Hagley Park, e de Linwood Masjid.
Em conferência de imprensa, o comissário Mike Bush, da polícia neozelandesa, informou que “um homem foi acusado de homicídio” e vai ser apresentado a tribunal pelos ataques contra as mesquitas, situadas no centro da cidade de Christchurch. Segundo o responsável da polícia, as autoridades desactivaram uma série de engenhos explosivos improvisados encontrados num veículo após os disparos numa das mesquitas.
Christchurch, com cerca de 376.700 habitantes, é a maior cidade da ilha Sul da Nova Zelândia e a terceira maior cidade do país, localizada na costa leste da ilha e a norte da península de Banks. É a capital da região de Canterbury.
Um homem que se identificou como Brenton Tarrant, de 28 anos, nascido na Austrália, reivindicou a responsabilidade pelos disparos e transmitiu em directo na Internet o momento do ataque. Brenton Tarrant deixou um manifesto anti-imigrantes de 74 páginas, no qual procurou justificar as acções.