Auditoria à CGD: Carlos Costa diz que pediu escusa há três meses

O governador do Banco de Portugal foi administrador da Caixa Geral de Depósitos num dos períodos visados pela auditoria da EY à gestão da instituição.

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Carlos Costa faz novo esclarecimentos sobre a auditora da EY à Caixa. Miguel Manso

Carlos Costa esclareceu esta segunda-feira que “o pedido de escusa relativamente à participação em deliberações do Banco de Portugal (BdP) sobre situações abrangidas pela auditoria da EY à CGD foi apresentado na ocasião da primeira deliberação tomada neste âmbito, em 6 de Novembro de 2018”. O esclarecimento do governador do BdP, apresentado como um complemento a outro comunicado recente, adianta que o pedido de escusa foi aceite pelo Conselho de Administração naquela data.

A primeira informação, na última quinta-feira, 8 de Fevereiro, não era clara relativamente à data de aceitação de tal pedido de escusa pelo Conselho de Administração, tendo sido feita na sequência de uma notícia do Jornal Económico, que avançava que Carlos Costa estaria a salvo do exame de idoneidade do próprio supervisor a antigos administradores. Também a revista Sábado lembrou algumas das reuniões do Conselho de Crédito, em que o ex-governador terá participado, nas quais foi dada luz verde a empréstimos que levaram a perdas avultadas, entre elas em créditos de Joe Berardo e a Manuel Fino.

Carlos Costa foi administrador da Caixa entre 2004 e 2016, período que está abrangido na auditoria da EY (2000-2015) à gestão da instituição, nomeadamente pela concessão de créditos à revelia da avaliação de risco feita dentro do próprio banco.

No primeiro comunicado, o antigo administrador da CGD afirma que durante os anos em que foi administrador (com a “áreas de marketing e internacional da instituição”) “não teve responsabilidades nas áreas de crédito, risco, acompanhamento de clientes ou de controlo e auditoria interna”. Um segundo parágrafo revela que pediu escusa. E no terceiro diz-se disponível para ir ao Parlamento esclarecer os deputados: “O governador reitera que está totalmente disponível, como sempre esteve, para prestar todos os esclarecimentos que a Assembleia da República entender necessários, designadamente sobre os termos da sua participação nos órgãos colegiais que aprovaram as operações que são objecto da auditoria da EY à CGD”.

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