Dois gigantes aos quais a concorrência não faz sombra

Renan e Vlachodimos agarraram o lugar nas balizas de Sporting e Benfica e serão dois nomes de peso no derby. A flexibilidade do brasileiro e a leitura dos lances do alemão são notas de destaque.

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Um tem 1,93m, o outro 1,91m de altura. Chegaram ambos a um candidato ao título em Portugal na presente temporada. Actualmente, são indiscutíveis nas balizas de Sporting e Benfica. Renan Ribeiro e Odysseas Vlachodimos têm vários pontos de contacto e o próximo passará pelo frente a frente no derby de amanhã, no Estádio de Alvalade, no primeiro de dois braços-de-ferro entre rivais no período de quatro dias.

O trajecto até à titularidade foi ligeiramente diferente. Renan, de 28 anos, começou a época como terceira opção (atrás de Viviano e de Salin) no Sporting, mas, a partir do momento em que foi chamado, não mais largou a posição. Aconteceu no dia 7 de Outubro, na 7.ª jornada. Salin saiu lesionado em cima do intervalo do jogo com o Portimonense e o brasileiro foi lançado. Os “leões” perderam essa partida, por 4-2, mas ganharam um guarda-redes.

Renan, que se iniciou no futebol aos nove anos como “volante”, em Ribeirão Preto, descobriu cedo a vocação: “Houve uma final em que faltou o guarda-redes e eu, como era o mais alto da equipa, fui para a baliza. A partir daí, tinha 10 anos, comecei a defender”, contou numa entrevista ao site do Atlético Mineiro, em 2011. Seguiu-se o trabalho nas escolinhas do Caiçara, Ipanema e no Botafogo local, até dar o salto para Belo Horizonte, em 2005.

O estatuto de profissional chegou em 2009 e, pela equipa sénior do “Galo”, faria 80 jogos em quatro épocas, até se mudar para o São Paulo, clube no qual teve Haroldo Lamounier como treinador de guarda-redes. “O Renan tem grande explosão, envergadura e flexibilidade. É arrojado, não tem medo de arriscar. Numa bola na área, não tem dificuldade em sair pela coragem de fazer as defesas”, descreveu o técnico, em 2015.

A estes predicados, junta a capacidade de defender grandes penalidades, como ficou provado na final four da Taça da Liga. E este é outro ponto em comum com Vlachodimos. O guarda-redes do Benfica travou, na última jornada, um remate de Mateus da marca dos 11 metros e impediu aquele que seria o 19.º golo sofrido nesta temporada, no campeonato.

Com mais seis jogos que Renan na Liga, Odysseas (quando chegou a Lisboa explicou que ia estampar o primeiro nome na camisola para facilitar a vida aos adeptos) assumiu a baliza “encarnada” nos principais palcos desde a primeira hora. E, mesmo com altos e baixos, que incluem a frustração de ter já sofrido três autogolos, tem mantido a concorrência (Mile Svilar) à distância.

“É um jogador ainda jovem, mas com muita qualidade e capacidade técnica”, considerou há meses, citado pelo Record, o guarda-redes do Bayern Munique, Manuel Neuer, familiarizado com o percurso de Vlachodimos nas selecções jovens alemãs (dos sub-15 aos sub-21) e no Estugarda.

Hoje, o guardião do Benfica representa a selecção principal da Grécia (uma opção recente, só possível pela nacionalidade dos pais), mas mantém intactas as características que Nuno Reis, seu antigo colega de equipa no Panathinaikos, lhe identifica: “Sabe ler bem os lances, joga bem com os pés e é decidido a sair dos postes”.

Com 53 defesas na Liga e margem para melhorar, aos 24 anos, “Odi” - nome pelo qual era tratado na Alemanha - tem progredido para confirmar o futuro que lhe auguravam em Estugarda, clube no qual se formou e jogou durante mais de uma década. “Sobre ele existe muita luz e apenas um pouquinho de sombra”, descrevia Andreas Menger, treinador de guarda-redes do clube, há sete anos.

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