Há cada vez mais jovens a faltar às aulas para protestar contra as alterações climáticas — tudo por causa de Greta
Depois de ter feito greve à escola contra as alterações climáticas, Greta Thunberg inspirou milhares de estudantes de vários países a faltar à escola para exigir mais medidas por partes dos seus governos.
Está a tornar-se na voz de uma geração que exige medidas urgentes para diminuir o impacto das alterações climáticas no planeta Terra. Greta Thunberg, a activista de 16 anos que discursou na Cimeira do Clima das Nações Unidas e impressionou o mundo, está agora a incentivar milhares de jovens a levar a luta para as ruas das suas cidades.
A jovem sueca começou a dar nas vistas em Agosto do ano passado quando, por alturas das eleições, decidiu sentar-se todos os dias nas escadas do Parlamento em Estocolmo durante o horário escolar em protesto contra a letargia do governo em relação às alterações climáticas; após as eleições, continuou a fazê-lo à sexta-feira.
Agora, está por estes dias no Fórum Económico Mundial, que decorre até 25 de Janeiro em Davos. A jovem viajou durante 32 horas de comboio para chegar à Suíça (Greta e a família não utilizam o avião devido às grandes emissões de carbono), onde dormiu numa tenda, juntamente com cientistas da área do clima, para confrontar os líderes mundiais e empresários com o problema global das emissões de gases com efeitos de estufa.
Mas a sua mensagem já chegou a miúdos e a graúdos que se têm manifestado um pouco por todo o mundo. Ainda em Novembro, milhares de estudantes na Austrália fizeram greve à escola — e agora prometem parar todo o país a 15 de Março. Na última sexta-feira, como recorda o The Guardian, foi a vez da Alemanha, Bélgica e Suíça, onde milhares de estudantes se juntaram ao protesto. Na Alemanha, mais de 30 mil jovens de 50 cidades saíram à rua munidos de cartazes que resumiam a sua luta. “Para quê aprender se não há um futuro?”, questionava um. "Avô, o que é um boneco de neve?”, lia-se noutro. No Reino Unido há ainda planos para uma greve geral a 15 de Fevereiro. Esta sexta-feira, é dia de nova greve — e Greta planeia cumpri-la em Davos.
Ao jornal britânico, a jovem activista afirma que gostava que mais estudantes participassem na greve porque “teria um impacto enorme”, mas não vai “obrigar ninguém a fazê-lo”. Aconselha, no entanto, os pais a apoiarem os ideais dos filhos. “Toda a gente diz que os mais novos deviam ser mais activos e que são preguiçosos, mas assim que fazemos alguma coisa somos criticados.”
O discurso de Greta na Cimeira do Clima das Nações Unidas, na Polónia, tornou-se viral nas redes sociais. A jovem falou sem papas na língua e sem medo de apontar o dedo aos líderes mundiais que "não são maduros o suficiente para encarar os factos e estão a deixar o peso das alterações climáticas para as crianças”.
A activista terminou o seu discurso dizendo que não estava ali para implorar que os líderes mundiais se preocupassem com o que estava a acontecer, afirmando que quem luta contra as alterações climáticas já foi ignorado no passado e, certamente, sê-lo-á mais vezes: “Estamos a ficar sem desculpas e sem tempo. Viemos aqui para que vocês saibam que a mudança está a chegar quer vocês gostem ou não. O poder é do povo. Obrigada.”
Poucas semanas antes tinha subido ao palco da conferência TEDxStockholm para falar sobre a sua greve e da forma como convenceu os pais a adoptarem um estilo de vida saudável. O título do seu discurso diz tudo: “School strike for climate - save the world by changing the rules” (em tradução livre, Greve à escola pelo clima — salvar o mundo mudando as regras")