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Novo terminal de mercadorias de Famalicão implica investimento de 35 milhões de euros

O concelho vai receber um terminal rodoferroviário para aumentar a capacidade e a rapidez do transporte de mercadorias no Norte do país. O protocolo relativo ao investimento de 35 milhões de euros da Medway, empresa que resultou da privatização da CP Carga, é assinado nesta quarta-feira.

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A Medway foi adquirida pela multinacional suíça MSC em 2015, após a privatização da CP Carga asm ADRIANO MIRANDA

Sede de dezenas de empresas capazes de venderem para o estrangeiro aquilo que produzem, nomeadamente nos sectores têxtil, agro-alimentar e metalomecânico, Vila Nova de Famalicão foi, em 2017, o município mais exportador do Norte, com uma receita de quase dois mil milhões de euros, indica o anuário estatístico da região, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística. 

O presidente da Câmara acredita, no entanto, que o dinamismo económico do município vai crescer ainda mais no futuro. A convicção de Paulo Cunha é sustentada pela implantação do maior terminal rodoferroviário de mercadorias da Península Ibérica em Famalicão, projecto com conclusão prevista para 2020, que envolve um investimento de 35 milhões de euros pior parte da Medway, empresa de transporte ferroviário de mercadorias. “Este investimento vai potenciar muitos outros”, disse o autarca, à margem da reunião de câmara da semana anterior. “Quão mais perto estiverem de Famalicão, mais as empresas vão ter condições competitivas para colocarem os seus produtos no mundo inteiro”.

Dotado de uma área total de 200.000 metros quadrados e de uma capacidade de parqueamento de 10.000 TEU – cada TEU equivale ao comprimento de um contentor-padrão de mercadorias, cerca de 6,1 metros -, o terminal vai facilitar a ligação entre as indústrias do Norte e os portos de Leixões e de Sines. A Medway, adquirida pela multinacional suíça MSC após a privatização da CP Carga, em 2015, salientou, em comunicado, que o porto seco (nome que se dá a um terminal intermodal terrestre) vai ser dotado com tecnologias de última geração e criar 100 postos de trabalho, directo e indirecto.

A obra vai ser regulada por um protocolo de cooperação entre a autarquia, a empresa investidora e a Infra-estruturas de Portugal (IP), que vai ser assinado na manhã desta quarta-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Famalicão, com a presença do ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques. 

O documento, ao qual o PÚBLICO teve acesso, mostra que a Medway vai avançar com o projecto devido ao “crescente número de pedidos de transporte ferroviário de mercadorias e de armazenamento no Norte”, tendo de adquirir o terreno necessário para a construção do terminal. A IP disponibiliza-se a prestar assistência técnica e a fornecer materiais ao terminal, mediante compensação da Medway. Já a Câmara de Famalicão é responsável por acompanhar os interesses dos proprietários dos terrenos confinantes com a nova infra-estrutura.

O terminal vai ser construído em Lousado, zona onde se cruzam a linha ferroviária do Minho, que liga o Porto a Valença, com um ramal para Braga, e a linha de Guimarães. A localidade situada na margem direita do Rio Ave está também próxima da Estrada Nacional 14, que liga Porto e Braga, e alberga a sede da Continental Mabor, uma das principais empresas exportadoras do país – em 2017, a fabricante de pneus obteve um volume de negócios de 878 milhões de euros, com 98% desse valor a ter origem nas exportações para 67 países. 

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