Investigadores pedem contratação de mais cientistas seniores
Mais de 500 investigadores, incluindo desempregados, pediram ao presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Paulo Ferrão, mais vagas para a contratação de cientistas seniores para "corrigir a desigualdade de oportunidades gerada".
Mais de 500 investigadores, incluindo desempregados, pediram ao presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Paulo Ferrão, mais vagas para a contratação de cientistas seniores, com a FCT a prometer analisar a proposta.
Numa carta divulgada esta segunda-feira, 513 investigadores pedem a Paulo Ferrão que o próximo concurso da FCT para a contratação individualizada de cientistas, cujo prazo de candidaturas se inicia na quinta-feira, contemple mais vagas para as categorias de investigador auxiliar, investigador principal e coordenador.
O pedido tem por base o concurso de 2017, cujos resultados provisórios, antes da análise de reclamações, que ainda decorre, atribuíram, de acordo com os queixosos, mais de metade das vagas disponíveis - que eram 500 - a investigadores júnior.
Na carta, os cientistas solicitam à FCT que aproveite o novo concurso, cuja submissão de candidaturas decorre entre 17 de Janeiro e 20 de Fevereiro, para um total de 300 vagas (menos 200 face ao anterior), para "corrigir a desigualdade de oportunidades gerada (...), disponibilizando sobretudo vagas para as categorias de investigador auxiliar, principal e coordenador".
Os subscritores pedem também que o número total de vagas "seja igual" ao do concurso de 2017.
Reagindo ao teor da carta, em declarações à Lusa, a FCT prometeu, sem indicar medidas concretas, "analisar as propostas" e "reunir com o grupo proponente" da iniciativa para "discutir soluções com o objectivo de fixar em Portugal os seus talentos, e assim consolidar o sistema científico nacional".
Vários dos investigadores que subscreveram a carta estão desempregados e, apesar de terem sido seleccionados no concurso de estímulo ao emprego científico de 2017, aguardam a contratação, que está dependente da publicação dos resultados finais do concurso, depois de concluída a análise das reclamações.
Os resultados provisórios do concurso de 2017, que apenas foi aberto no início de 2018, foram publicados em Setembro, deixando de fora cientistas premiados como Maria Manuel Mota, directora executiva do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes.
Sem saírem os resultados finais, depois de analisadas as reclamações, não podem ser assinados contratos (que são a termo, até um máximo de seis anos).
À Lusa, a FCT não se comprometeu com uma data para a publicação dos resultados finais, prometendo no seu portal para "antes do final do período de candidatura" do concurso de 2018, que termina em 20 de Fevereiro do corrente ano.
O concurso de 2019 será aberto apenas em Dezembro, segundo a FCT, que não adiantou o número de vagas disponíveis.
A Fundação para a Ciência e Tecnologia é a principal entidade que financia a investigação científica em Portugal, sendo tutelada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.