Miguel Pinto Luz: "Temos de seguir caminho" no PSD
Vice-presidente da Câmara de Cascais assume ainda estar "empenhado em que o PSD tenha um bom resultado nos próximos actos eleitorais".
O social-democrata Miguel Pinto Luz voltou a repetir, nesta quinta-feira, que não se exclui "do futuro" do PSD, mas recusou avançar mais pormenores sobre as suas intenções em relação à liderança do partido. Remeteu-se também ao mesmo silêncio quando questionado sobre a crise que o PSD está a enfrentar, à margem da Convenção Europa e Liberdade. Ainda assim, afirmou que é preciso "seguir caminho".
"É extemporâneo estar a falar de situações que são hipotéticas. Não tenho, neste momento, informação nenhuma credível que de facto esteja a acontecer. O que me apraz dizer é que, nesta fase, temos de seguir caminho e não andar a comentar aquilo que são meros boatos nesta fase e, por isso, é extemporâneo estar a fazer qualquer tipo de comentário que não este. Para mim, são boatos. Não há eleições marcadas, não há nenhum conselho nacional marcado, não há nada. Aguardarei pacientemente com a mesma postura que tenho tido até aqui", disse ao PÚBLICO sobre a situação que se vive no PSD, à margem daquela convenção.
Sobre as suas intenções em relação ao partido "nada" quis adiantar, mas admitiu que não se exclui do futuro do PSD: "Acho que é extemporâneo estar a falar disso. Costumo dizer que não me excluo do futuro do meu partido. Caso contrário, não estaria a militar neste partido e convictamente acredito que é o partido que tem melhores soluções para o nosso país. Dito isto, neste momento estou empenhado em que o PSD tenha um bom resultado nos próximos actos eleitorais."
Outras opiniões
À TSF, o ex-ministro da Administração Interna Ângelo Correia disse que a crise que se vislumbra no partido é "incompreensível" e esconde uma "sede violenta de poder" que vai destruir o PSD. Para o social-democrata, Luís Montenegro "está num processo de flagelação interna do partido."
"Tudo isso vai ocupar o partido numa luta interior, interna, que vai ter um grau de polarização extrema e que vai coincidir quase com as eleições", concluiu Ângelo Correia.
Na mesma rádio, José Eduardo Martins também comentou o assunto, assumindo que "mais vale alguma clareza do que mais um ano desta paz podre." Mais tarde, na Culturgest, onde decorre a Convenção Europa e Liberdade, confessou não ver em Luís Montenegro a alternativa ideal.
"Sou uma pessoa que preza a estabilidade dos mandatos, nas últimas eleições estava fora e não votei, mas se estivesse cá teria votado no dr. Rui Rio (...) Acho que os mandatos são para cumprir e devia cumprir o mandato até ao fim", afirmou o antigo deputado que reconheceu que a direcção cometeu vários erros ao longo do último ano e "não foi capaz de ser superior à natural discussão interna".
"É natural que aqueles que se vêem a si próprios como melhores líderes se queiram afirmar, daí não vem mal ao mundo", afirmou, admitindo que umas eleições podem trazer "alguma clarificação".
Questionado em quem votaria se se realizarem umas eleições directas entre Rui Rio e Luís Montenegro, José Eduardo Martins respondeu de forma irónica. "Acho que vou estar outra vez em Cabo Verde", disse.
Já João Montenegro, que foi director de campanha de Pedro Santana Lopes nas directas de há um ano, aproveitou para se demarcar do movimento de recolha de assinaturas para destituir Rui Rio, considerando-o um erro. "Estou completamente fora. A três meses das europeias, haver este tipo de movimentações não contribui em nada para unir o partido", afirmou à Lusa. com Lusa