Aprovação de cartões com crédito até 1500 euros é quase automática

Só para crédito acima de 1500 euros é que passa a ser exigida a declaração de rendimentos do ano anterior ou o recibo de vencimento

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Nelson Garrido

A aprovação de créditos obriga as entidades financeiras a verificar um conjunto de dados para avaliar a capacidade do cliente em cumprir com os compromissos assumidos. Mas quando se trata de montantes até 1500 euros, muitas vezes sob a forma de cartão de crédito, a aprovação é quase automática, não sendo necessário, por exemplo, fazer prova de que o consumidor se encontra a trabalhar.

Como facilmente se comprova nos sites de algumas entidades especializadas no crédito aos consumidores, o potencial cliente apenas tem de fornecer o número do cartão de cidadão, o número de identificação fiscal, e um comprovativo do número de identificação do titular da conta bancária (IBAN). Com estes dados, o intermediário financeira tem acesso à Central de Responsabilidade de Crédito, onde estão registados empréstimos e eventuais incumprimentos (que deixam de constar quando a dívida é regularizada). É ainda possível averiguar eventuais processos de penhoras ou dívidas ao fisco.

Só para crédito acima de 1500 euros é que passa a ser exigida a declaração de rendimentos do ano anterior ou o recibo de vencimento.

Na aprovação de crédito junto de entidades comerciais, que funcionam como intermediários de crédito, é, muitas vezes, feita uma pré-aprovação do crédito, com entrega de cartão de crédito provisório, mas já com saldo para fazer pagamentos, sendo, posteriormente, enviado o cartão definitivo.

Obter vários créditos é relativamente fácil. Há casos em que consumidores esgotam o plafond do cartão de crédito e vão pedir outro, a uma entidade diferente, para pagar as prestações do primeiro e continuar a fazer compras. As famílias que chegam ao Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco, associação de defesa do consumidor, apresentam em média cinco créditos. Este gabinete tem registado um aumento de pedidos de ajuda, que muitas vezes chegam demasiado tarde para evitar penhoras e insolvências pessoais.

Possuir vários cartões de crédito, mesmo que alguns se destinem a obter determinados descontos, faz aumentar o risco de desequilíbrio das finanças familiares.

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