Família não quer que Mário Soares seja transladado para o Panteão

Os filhos João e Isabel Soares opõem-se à transladação do corpo do pai, alegando que deve estar ao lado do da mãe e acrescentando que, quando se fala no Panteão, é uma “perspectiva de eternidade”.

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Mário Soares morreu no início de 2017 miguel manso

O Partido Socialista (PS) vai abandonar a intenção de transladar o corpo do antigo Presidente Mário Soares, que morreu no ano passado, para o Panteão Nacional, avança o Diário de Notícias (DN) neste domingo. Os dois filhos de Mário Soares, João e Isabel, opõem-se à atribuição de honras de Panteão ao pai – e João Soares já comunicou essa decisão ao líder parlamentar do PS, Carlos César.

Em Julho do ano passado tinha sido proposta por um grupo de deputados do PS e do PSD uma “alteração cirúrgica” sobre as honras do Panteão Nacional para que os restos mortais de Mário Soares pudessem para lá ser transladados, o que motivou uma discussão sobre as personalidades que mereceriam igual distinção.

O projecto de lei permitiria que "chefes de Estado e antigos chefes de Estado" possam receber honras de Panteão Nacional decorridos dois anos após a sua morte, criando assim uma excepção para os Presidentes da República, falecidos em funções ou não. A lei recentemente aprovada, em 2016, estabelece que os restos mortais dos cidadãos distinguidos só podem ser depositados no Panteão Nacional 20 anos após a morte. 

Ao DN, João Soares agradece a intenção mas considera que “fazer uma lei especial para Mário Soares e os ex-Presidentes seria absurdo”. “Estamos a falar do Panteão e falar do Panteão é falar numa perspectiva da eternidade. Não há nenhuma lufa-lufa, nenhuma pressa. Pessoalmente, acho que a lei deve ser respeitada até porque 20 anos não são nada. Insisto: estamos a falar da eternidade, não estamos a falar de amanhã”, afirmou.

A irmã, Isabel Soares, não só concorda como refere que a sua mãe Maria de Jesus Barroso, mulher de Mário Soares, se encontra sepultada lado a lado com o marido no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. “Para mim é muito importante que os meus pais estejam os dois juntos, como estiveram durante toda a vida. É algo que me deixa muito confortável.”

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