Parlamento sueco falha primeira de quatro tentativas para formar Governo
Partidos do centro-esquerda e do centro-direita recusam-se a fazer coligações com a extrema-direita. Ao fim de quatro votações falhadas no Parlamento, o país terá de organizar novas eleições, algo que nunca aconteceu na sua história.
O Parlamento sueco rejeitou esta quarta-feira a nomeação para primeiro-ministro do líder do Partido Moderado, Ulf Kristersson, mantendo o impasse para a formação de um novo Governo após as eleições de Setembro.
O resultado das eleições deixou um cenário muito difícil para a formação de um Governo maioritário, já que os dois blocos principais (do centro-esquerda e do centro-direita) disseram que não iriam coligar-se com os Democratas Suecos (anti-imigração e com raízes neo-nazis).
A votação desta quarta-feira foi a primeira de quatro para se tentar encontrar um chefe de Governo – se isso não acontecer, a Suécia terá de realizar novas eleições, algo que nunca aconteceu na história do país.
Mas, mesmo num cenário de eleições antecipadas, será difícil que haja acordo: as sondagens indicam que os resultados eleitorais não seriam muito diferentes.
O resultado desta primeira votação no Parlamento já era esperado, depois de o Partido do Centro (um dos que faz parte do bloco do centro-direita) ter reafirmado que não apoiará um Governo minoritário que precise do apoio dos Democratas Suecos – algo que poderia acontecer se Ulf Kristersson e o seu Partido Moderado formassem Governo.
Kristersson foi rejeitado por 195 dos 349 deputados e recebeu 154 votos favoráveis.
Com este resultado, o processo de nomeação volta para o presidente do Parlamento, que tem agora a tarefa de convidar outra figura para ser submetida a uma votação – fala-se da líder do Partido do Centro, Annie Loof.
Nas eleições de Setembro, o Partido Social-Democrata (centro-esquerda), do ex-primeiro-ministro Stefan Lofven, venceu com 28,4%, seguido pelo Partido Moderado (conservador), com 19,8%, enquanto o partido de extrema-direita Democratas Suecos garantiu 17,6% dos votos.
Se algum dos blocos – à esquerda ou à direita – se coligasse com os Democratas Suecos, poderia haver maioria suficiente para formar Governo, mas tanto os líderes da esquerda como da direita prometeram que não negociariam com a extrema-direita.
As legislativas de Setembro foram consideradas as mais importantes da Suécia desde há muitos anos pela ameaça da extrema-direita, depois de uma campanha centrada no tema da imigração.