Coimbra vai instalar 83 estacionamentos para bicicletas
Medida representa investimento de 120 mil euros, mas ainda não há data para avançar.
A cidade de Coimbra vai passar a ter 83 parqueamentos para bicicletas, mas ainda não é conhecida a sua distribuição nem quando serão instalados. A medida foi aprovada por unanimidade, nesta segunda-feira, em reunião do executivo da Câmara Municipal de Coimbra e significa um investimento de 120 mil euros para a autarquia.
Neste momento, a cidade dispõe de apenas três quilómetros de ciclovia, mas está em fase de concurso público uma empreitada de dois milhões de euros para acrescentar 14,5 quilómetros a esse circuito. De acordo com a informação disponibilizada pela câmara de Coimbra, “o objectivo é que cerca de um terço” dos 83 postos “seja instalado na envolvente da rede de ciclovias municipais”.
O documento que foi aprovado é um anteprojecto, “uma vez que o projecto se sobrepõe a algumas zonas de protecção de imóveis classificados” e carece, por isso, do parecer da Direcção Regional da Cultura do Centro. Está também prevista a colocação de cinco oficinas de self-service “que incluem um suporte onde as bicicletas ficam suspensas, uma bomba de ar interna de alta qualidade com manómetro e as ferramentas essenciais para pequenas reparações”, refere a autarquia.
A câmara de Coimbra acrescenta ainda que “com a instalação destas infra-estruturas será, posteriormente, avaliada a possibilidade de serem desenvolvidos sistemas de partilha de bicicletas (bikesharing) e trotinetes”.
A vereadora Ana Bastos, eleita pelo movimento Somos Coimbra, saúda a medida, mas avisa que a implementação de uma rede de partilha de bicicletas “pressupõe um sistema tecnologicamente avançado, que não é compatível” com o que foi a discussão na reunião de câmara. No mesmo sentido, o vereador da CDU, Francisco Queirós, sublinhou que este “é um primeiro passo” e que o “o momento seguinte não pode esperar muito”.
Ao PÚBLICO, o urbanista e professor da Universidade de Aveiro, Frederico Moura e Sá afirma que “qualquer medida que promova a descarbonização da mobilidade” lhe parece “ajustada, oportuna e claramente contra a corrente”. Não obstante, entende que o maior desafio “passa por tornar o centro das nossas cidades mais amigáveis para os modos suaves/activos”.
No comentário que enviou por email, Frederico Moura e Sá ressalva que não conhece bem o caso concreto de Coimbra e que, por isso, fala apenas da realidade portuguesa. O urbanista considera que se deveria começar a abandonar a “cultura instalada de pistas segregadas/dedicadas” e produzir “territórios urbanos mais amigos da bicicleta” e dos peões, ou seja, “baixando a velocidade e o volume de tráfego nos centros” das cidades.