O advogado do ex-presidente do Sporting, José Preto, diz que vai impugnar a detenção do seu cliente.

Entre outras coisas, o representante legal de Bruno de Carvalho diz que tem na sua posse um despacho elaborado pelo Ministério Público a dizer que, se houvesse necessidade de ouvir o dirigente desportivo no âmbito do ataque à equipa de futebol na Academia de Alcochete em meados de Maio passado, isso seria feito através de uma notificação – o que, do seu ponto de vista, exclui desde logo a detenção que veio a acontecer este domingo ao final do dia.

O documento foi-lhe entregue há cerca de um mês, quando o ex-dirigente do Sporting se apresentou voluntariamente para ser inquirido no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa. “Disseram que não o iam ouvir porque não tinham lá o processo e que se houvesse necessidade ele seria notificado em momento oportuno”, relata o advogado, para defender que, nestas circunstâncias, “a substituição da notificação pela detenção é ilícita”.

José Preto irá entregar o seu pedido de impugnação à Procuradora-Geral da República e ao juiz de instrução criminal encarregado do processo de Alcochete, que conta neste momento com quatro dezenas de arguidos. A sua maioria está presa preventivamente. Se não for entretanto decretada a especial complexidade do processo há 23 suspeitos que terão de ser libertados, por ter chegado ao fim o prazo máximo de prisão preventiva. Caso a especial complexidade seja decretada pelo juiz de instrução criminal poderão ficar privados de liberdade mais seis meses. Quanto aos restantes 14 arguidos presos, como foram detidos nos meses seguintes a sua libertação ainda não se aproxima.

Bruno de Carvalho está indiciado por 56 crimes, avançou a TVI. Entre eles está um crime de terrorismo, 20 de sequestro e outros tantos de ameaça agravada, fazendo ainda parte do rol 12 crimes de ofensa à integridade física agravada. O ex-dirigente desportivo será ouvido amanhã pelo juiz, o mesmo sucedendo com o líder da Juve Leo.