Uma das coisas que podem estragar uma viagem é o jet lag. Se nunca encontrou um comprimido que elimina esta perturbação do ritmo biológico, causada por longas viagens de avião por diferentes fusos horários, é porque ele não existe. Mas há diversas soluções que permitem minimizar os efeitos. E no cada vez mais diverso mundo das aplicações móveis, há quem prometa ter a ajuda ideal.
A Timeshifter é uma das apps mais recentes, e a empresa que a produziu é uma das startups que vão estar em Lisboa para a Web Summit 2018, de 5 a 8 de Novembro.
Disponível para iOS e Android, a aplicação disponibiliza planos de preparação que levam em conta os dados da viagem (datas e pontos de partida e destino, duração do voo e da viagem, número de escalas), dados do utilizador (idade, género) e a natureza da deslocação (turismo ou profissional). A instalação da app é gratuita, bem como o plano para a primeira viagem. Mas, a partir da primeira utilização, cada plano de combate ao jet lag custa 9,99 dólares.
Se é verdade que todo o humano está sujeito às consequências do jet lag, o impacto varia de pessoa para pessoa. Além do mais, é diferente ter de lidar com perturbações do sono quando se viaja em turismo ou quando se tem reuniões de trabalho de manhã cedo no ponto de destino.
Para tal, esta app tem em conta todas essas variáveis e propõe um plano de minimização, assente em diferentes recomendações. Fizemos um teste, com um plano de viagem Porto-Amesterdão-Singapura-Melbourne, a começar às 12h de 30 de Janeiro de 2019 e chegada ao destino às 16h45 de 1 de Fevereiro.
Para tal, a app apresenta um plano que começa três dias antes da partida e termina quatro dias após a chegada. Começa por recomendar quando se deve consumir cafeína e quando não, no pressuposto de que se consome pouca quantidade (uma taça de chá ou de café) mas muitas vezes.
Depois sugere períodos de exposição a luz brilhante (abrir uma janela durante o dia; acender as lâmpadas em casa, televisão ou tablet), luz moderada ou escuridão. E, obviamente, assinala quando são horas de ir dormir e quanto tempo deve durar o sono.
Tudo isto é apresentado de forma gráfica, com opção de activar alertas. Há outra variável que pode ser introduzida, o recurso ao consumo de melatonina, uma hormona que ocorre naturalmente no corpo humano e que induz o sono. O plano ajusta-se, usando ou não melatonina.
Há outras opções para além da Timeshifter. A Uplift (para iOS e Android), por 9,99 dólares, propõe uma solução que se baseia nos pontos de acupressão e não nos ritmos circadianos usados pela maioria dos concorrentes; mostra vídeos e planos para tratamentos que, segundo a Uplift, trata o jet lag em cinco minutos. A Headspace, por seu lado, é uma app de meditação, descarregada mais de 11 milhões de vezes. Não promete “curar” o jet lag, mas tem planos para tratar do sono e do medo de voar (disponível para iOS e Android).
Além destas, há ainda a f.lux, (MacOS, Windows, iOS, Android e Linux), gratuita, que ajusta a nossa exposição à cor azulada emitida por equipamentos como o monitor do portátil, ajustando a temperatura da cor de modo a que a radiação corresponda à luz natural de cada momento.
Mais semelhante à Timeshifter, a Jet Lag Rooster (só disponível na web), bem como a Entrain (só iOS), recorre aos ritmos circadianos para sugerir ajustamentos nos horários do dia-a-dia de forma a minimizar o jet lag.