Thierry Correia, Departamento Comunicação Científica da Royal Canin Portugal
Tanto nos humanos como nos animais, os hábitos alimentares vão, em grande medida, ajudar a ditar a saúde. A nutrição é, pois, considerada o primeiro passo na medicina preventiva.
Um animal com uma nutrição adequada vive mais e melhor, pelo que não pode ser descurada a alimentação no dia-a-dia. Esta deve ser adequada às especificidades de cada animal e ter em conta aspectos como a raça, idade, peso, sensibilidades específicas, se o animal é esterilizado e a existência de doenças já diagnosticadas pelo médico veterinário.
A saúde e bem-estar do animal vai depender muito da atenção que é dada a estes factores e dos alimentos que lhe oferecemos. Cada vez mais verificamos que as pessoas consideram os animais de estimação como membros da família e têm atenção à sua saúde. Contudo, quando chega a hora de “mimar” os animais de estimação, muitas pessoas acham erradamente que os alimentos devem entrar em acção. É importante que os tutores tenham consciência de que, apesar de pertencerem à família, os animais não podem partilhar os nossos alimentos, existindo mesmo alguns que são prejudiciais para a saúde e jamais devem ser uma opção.
O chocolate, as sementes de uva, a cebola e o alho são ingredientes proibidos para os animais, pois são altamente tóxicos. Contrariamente aos mitos que possam existir, os ossos naturais não devem ser dados aos animais, uma vez que o cão pode engasgar-se ou podem provocar danos no sistema digestivo do mesmo.
Os restos de comida humana, que muitas vezes os tutores tendem a dar aos animais, também devem ser evitados pois, se por um lado são calorias adicionais e podem transformar-se num capricho para o animal, por outro os nutrientes não estão a ser dados com a fórmula e nas quantidades exactas que o animal necessita.
A alimentação é, actualmente, considerada uma componente fundamental no aporte de nutrientes e de energia, mas também como algo importante que traz benefícios à saúde dos animais de estimação. Quando a dieta é equilibrada e completa, ou seja, quando possui todos os nutrientes necessários e na proporção exacta, os complexos vitamínicos adicionais não são necessários e podem mesmo chegar a ser prejudiciais.
As necessidades nutricionais do cão são muito diferentes das do ser humano, pelo que não podem ter a mesma dieta. Apenas os alimentos formulados especificamente para cães podem garantir todos os nutrientes necessários para o equilíbrio, independentemente da idade, raça ou tipo de vida.
Através da nutrição-saúde, é possível prevenir ou minimizar os efeitos de algumas doenças como, por exemplo, problemas ortopédicos, respiratórios, cardíacos, reprodutivos, hepáticos, renais, obesidade e diabetes e garantir maior longevidade para o animal.