Com uma ligeira alteração na fórmula do plástico, dois investigadores chilenos acreditam ter encontrado uma solução para reverter o consumo mundial de cinco mil milhões de sacos de plástico por ano. Não estranhes, por isso, se um dia destes vires um saco desfazer-se na água.
Na tentativa de criar um detergente biodegradável, Roberto Astete e Cristian Olivares descobriram uma fórmula química à base de PVA (álcool polivinílico) que substitui os derivados de petróleo, responsáveis pela alta durabilidade dos plásticos. O resultado? Um saco de plástico não poluente, que se dissolve na água em pouco mais de cinco minutos.
“A grande diferença entre o plástico tradicional e este é que o primeiro permanecerá no meio ambiente entre 150 e 500 anos e o nosso apenas cinco minutos. O utilizador decide quando o destrói”, afirmou Roberto Astete, de acordo com o The Santiago Times, em conferência de imprensa.
Durante a conferência, os investigadores da SoluBag garantiram que a fórmula pode ser aplicada a “qualquer material plástico”, permitindo a produção de embalagens, pratos ou mesmo talheres.
Em caso de chuva, os fabricantes conseguem programar a temperatura à qual o saco se dissolve em contacto com a água. Relativamente ao custo, os investigadores acreditam que a opção não será mais dispendiosa do que os sacos de plástico tradicionais, já que os primeiros podem ser produzidos nas mesmas empresas, alterando a fórmula.
O saco hidrossolúvel deverá ser comercializado a partir de Outubro, no Chile, um dos primeiros países da América Latina a proibir o uso de sacos de plástico em estabelecimentos comerciais. Quanto tempo demorará até o resto do mundo adoptar a ideia?