República Centro-Africana elogia trabalho "com coração" dos militares portugueses

Ministra da Defesa diz que encontrou na força portuguesa "um elemento muito importante" no desempenho de um trabalho "que é fundamental para a segurança e protecção da população"

Foto
Miguel Manso

A ministra da Defesa da República Centro-Africana atribui "grande importância" à presença do contingente militar português no país, que considerou "trabalhar com o coração", para segurança e protecção da população.

Em declarações à Lusa, Marie Noelle Koyara enalteceu o papel do 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista, instalado no Campo M'Poko, junto ao aeroporto internacional de Bangui, capital da República Centro Africana, "um país que procura a paz e que tem na força portuguesa um elemento muito importante".

"É com o coração que estes militares portugueses estão a trabalhar na República Centro-Africana", sublinhou Koyara, que integra o Governo do Presidente Faustin-Archange Touadera, eleito em Março de 2016.

A governante frisou que a 3.ª Força Nacional Destacada "tem desempenhado, com grande profissionalismo a missão" no âmbito da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (Minusca), uma força com cerca de 12 mil militares sob o comando do tenente-general do Exército do Senegal Balla Keita e que também reúne mais de 13 mil pessoas nos sectores civis.

"Esta força de Portugal assegura a segurança e a protecção da nossa população e isso é muito importante para o país. Os portugueses são reconhecidos pela população da República Centro-Africana, porque fazem um trabalho que é fundamental para a segurança e protecção da população", frisou Marie Noelle Koyara.

A ministra disse que os militares portugueses, que formam a Força de Reação Rápida da Minusca, vocacionada para a primeira intervenção, têm sido "fundamentais para a manutenção da estabilidade" no país do centro de África, vizinho da República Democrata do Congo.

A operar em articulação com a Minusca, Marie Noelle Koyara referiu também o "excelente trabalho" que 45 militares portugueses desenvolvem na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro Africana (EUTM-RCA), instalada no Campo Moana, num dos distritos da capital, que tem ainda bairros controlados por grupos armados, o mais problemático o PK5, maioritariamente habitado por muçulmanos.

Constituído por 170 militares de 11 nacionalidades, entre os quais de Portugal, França, Roménia, Geórgia, Sérvia, Espanha, Suécia e Itália, a EUTM-RCA, que, desde Janeiro deste ano, tem como comandante o brigadeiro-general Hermínio Maio, forma quadros do exército da República Centro Africana.

"A missão da EUTM-RCA, que desenvolve um trabalho muito importante sob o comando do brigadeiro-general Maio, é essencial para a República Centro Africana. Aproveitamos a experiência para fazer um exército da República Centro Africana à imagem e profissionalismo do exército português", assinalou Marie Noelle Koyara.

A ministra da Defesa acentuou "a experiência acumulada" dos militares portugueses nesta missão europeia, que capacita as tropas da República Centro Africana desde 2014 e possibilitará estender a autoridade do Estado ao resto do país.

Koyara agradeceu "em nome do chefe de Estado", Faustine-Archange Touadera, "todo o trabalho" desenvolvido pelos portugueses, de grande significado para a República Centro-Africana.

Marie Noelle Koyara recordou e assinalou a importância da visita a Bangui de Marcelo Rebelo de Sousa, em Março. "O chefe de Estado português veio aqui para conhecer a situação na República Centro Africana, mostrando muita atenção e interesse e mesmo alguma preocupação", lembrou.

A membro do Governo do país centro africano notou também a importância da visita de deputados portugueses a Bangui, na semana passada, para manifestarem solidariedade e apoio aos contingentes portugueses, além de constarem no terreno o trabalho das missões.

A comissão parlamentar de defesa da Assembleia da República de Portugal integrou os deputados Marco António Costa (PSD), que preside ao órgão, Miranda Calha (PS), João Soares (PS), Miguel Coelho (PS), Luís Pedro Pimentel (PSD), Carlos Costa Neves (PSD) e João Rebelo (CDS-PP).