Grávidas em trabalho de parto na Maternidade Alfredo da Costa transferidas por encerramento de salas

Na sexta-feira, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros denunciou que esta maternidade teve de encerrar três salas de parto dada a falta de pessoal para suprir a passagem às 35 horas de trabalho de profissionais de saúde.

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Joana Bourgard

O encerramento de salas de parto na Maternidade Alfredo da Costa está já a levar à transferência de grávidas a meio de trabalho de parto para outras maternidades, avisou este sábado o presidente da secção regional do Sul da Ordem dos Médicos.

"É a maior maternidade de Lisboa. Se fecha as camas por insuficiência, significa que tem menor dotação e tem de transferir doentes. Isso já se verifica. As outras maternidades, por atacado, ficaram cheias neste final de semana", afirmou à agência Lusa Alexandre Valentim Lourenço.

O responsável considera que se está a assistir a uma "falência completa do Centro Hospitalar de Lisboa Central", onde está integrada a Maternidade Alfredo da Costa. Na sexta-feira, demitiram-se os chefes de medicina interna e cirurgia geral daquele Centro Hospitalar devido às condições da urgência do hospital de São José.

Alexandre Valentim Lourenço, que é também obstetra, lembra que, fechando salas e camas na Maternidade, é necessário transferir doentes "no meio de um trabalho de parto", desviando as grávidas para outros hospitais.

"Por si só, esses hospitais já têm dificuldades de funcionamento nesta altura", explicou.

Na sexta-feira, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros denunciou que a Maternidade Alfredo da Costa teve de encerrar três salas de parto dada a falta de pessoal para suprir a passagem às 35 horas de trabalho de profissionais de saúde.

Em declarações à agência Lusa, Ana Rita Cavaco revelou que a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, além de encerrar três salas de parto, reduziu o número de enfermeiros por turno, "o que não dá segurança às pessoas".

A representante dos enfermeiros relata que todos os dias tem conhecimento de "encerramento de camas e fecho de alguns serviços", fruto do que os profissionais têm considerado como a falta de planeamento adequado com a passagem, a 1 de Julho, às 35 horas de trabalho semanais por parte de milhares de profissionais de saúde.