De Cionek a Shikabala: os “ex-portugueses” que vão à Rússia

Contando com Portugal, são 22 as selecções que têm jogadores com passado no futebol lusitano.

Shikabala, Liga dos Campeões CAF, Zamalek SC, Al Ahly SC, Ahmed Shobair, Mamelodi Sundowns FC
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Shikabala vai fazer companhia a Salah no Mundial 2018 Reuters
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Diego Costa no tempo em que jogava no Sp. Braga Manuel Roberto
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Para uns foram os melhores dos tempos, para outros os piores. Um passo em frente rumo ao estrelato, ou um passo para o lado e a manutenção do anonimato. Com boas ou más memórias desses tempos, foram várias dezenas os jogadores que passaram pelo futebol português e que vão competir a partir de 14 de Junho no Mundial da Rússia. Jogadores consagrados como o colombiano Radamel Falcao ou Nemanja Matic deixaram a sua marca no futebol português antes de darem o salto para outros palcos, enquanto outros tiveram passagens breves e pouco significativas pelos relvados nacionais. Shikabala, médio egípcio, até é um fracasso bastante conhecido, mas não será do conhecimento geral que a Arábia Saudita tem um médio que passou pelo Louletano, ou que há um defesa da Polónia que esteve seis meses no Bragança.

Contando com Portugal, são 22 as selecções que têm jogadores com passado no futebol português, sendo que, entre os 23 escolhidos por Fernando Santos há dois que nunca jogaram em Portugal, nem sequer na formação, Anthony Lopes e Raphael Guerreiro. Claro que há uns que têm passado e presente ou que vão ter (algum) futuro no futebol português, como será o nigeriano Tyronne Ebuehi, lateral-direito que o Benfica já garantiu para a próxima temporada. Para esta contabilidade, interessa o clube com que aparecem nas listas oficiais da FIFA – ou seja, Bryan Ruiz ainda será jogador do Sporting, enquanto Chidozie, entra para estas contas, já que foi emprestado pelo FC Porto ao Nantes na última temporada.

Há muitas selecções com um forte núcleo de “ex-portugueses”. O Brasil, por exemplo, tem cinco. Os mais recentes são o guarda-redes Ederson Moraes, que saltou na última época do Benfica (tendo passado antes por Ribeirão e Rio Ave) para o Manchester City, o lateral Danilo, que entrou no futebol europeu pela porta do FC Porto, antes de ir para o Real Madrid e, depois, para o City, e Casemiro, que cumpriu uma época de empréstimo no Dragão antes de se fixar como indiscutível no Real Madrid. Já Thiago Silva, central do PSG e ex-capitão da selecção, teve uma breve passagem pela equipa B do FC Porto em 2004-05, a mesma época em que Pedro Geromel chegou ao futebol português para representar o Desportivo de Chaves. Cumpriu mais três anos no Vitória de Guimarães antes de dar o salto para a Bundesliga, passando por Espanha antes de regressar ao Brasil em 2014 para representar o Grémio, mas ainda a tempo de Tite reparar nele e dar-lhe um lugar na “canarinha”.

Também a Nigéria tem cinco jogadores que passaram por Portugal, o que já é tradição, tendo em conta jogadores do passado como Yekini ou Amunike. Elderson, antigo lateral do Sp. Braga, será talvez o mais conhecido deste lote, mas também lá estão Etebo (ex-Feirense), Abdullahi (ex-União da Madeira), Nwankwo (ex-Portimonense e Gil Vicente), Ogu (ex-U. Leiria e Académica) e Chidozie (ex-FC Porto). A Colômbia também tem uma mão cheia de “ex-portugueses”: Falcao, James e Quintero (todos ex-FC Porto), Arias (ex-Sporting) e Aguilar (ex-Belenenses).

Para além de Acuña e Salvio, a Argentina conta com Marcos Rojo (ex-Sporting) e Angel Di Maria (ex-Benfica) e Nicolas Otamendi (ex-FC Porto), enquanto o Peru, que conta com o vimaranense Hurtado, tem ainda Carrillo (ex-Sporting e Benfica), Alberto Rodriguez (ex-Sp. Braga e Sporting), Advíncula e Cartagena (ambos ex-Vitória de Setúbal). Fechando a presença “portuguesa” nas selecções sul-americanas, há ainda Urreta (ex-Benfica e Paços de Ferreira) e “Cebola” Rodríguez (ex-Benfica e FC Porto) a fazer companhia a Maxi e Coates no Uruguai.

Sem sermos demasiado exaustivos (e, sim, falámos pouco de Lindelof, Diego Costa e Eric Dier) deixámos para o fim os “cromos difíceis”. O defesa da Polónia que falámos no início é Thiago Cionek, jogador de 32 anos do SPAL e brasileiro de Coritiba, que, em 2006, passou seis meses no Bragança (fez dois jogos), voltou para o Brasil e, depois, foi para a Polónia, país de origem da sua família, ficando com cidadania polaca em 2011.

Já o árabe que jogou no Louletano é o médio Abdullah Otayf, que fez apenas oito jogos pelo clube algarvio em 2012-13, enquanto Shikabala, que jogou 13 incríveis minutos pelo Sporting, não será o único “ex-português” a fazer companhia a Salah no Egipto – Marwan Mohsen não marcou um único golo na época que passou no Gil Vicente. E é justo dizer que Kasper Schmeichel, que será o dono da baliza da Dinamarca, fez parte da sua aprendizagem a acompanhar o pai nos treinos do Sporting, e a jogar nas escolinhas do Estoril-Praia.

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