Neopop: 7 sets que não podes perder
O concerto dos Kraftwerk, a 5 de Agosto, promete ser o grande momento deste Neopop. Mas antes disso há muita música para ouvir e dançar no Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo
Avalon Emerson b2b Courtesy
Avalon Emerson é um dos nomes mais entusiasmantes do momento. Presença habitual no Panorama Bar/Berghain, deu que falar no ano passado com a edição do EP Whities 006, uma ode de encantos e mecânicas techno ao deserto do Arizona, onde cresceu. E Narcissus In Retrogade, lançado este ano, leva ainda mais longe o seu repertório tecnóide. Vem ao Neopop na altura certa e com a companhia certa: back 2 back com Courtesy, DJ dinamarquesa do colectivo feminista Apeiron Crew, co-fundadora da editora Ectotherm e nome que vale por si só.
É um veterano destas andanças. Nascido e criado em Brooklyn, Danny Tenaglia percebeu o que queria fazer da vida depois de ouvir o histórico Larry Levan passar música no Paradise Garage nova-iorquino. Estávamos em 1979. Saltou para trás da cabine, pela primeira vez, na década de 80 e desde então nunca mais parou de passar house e o que mais for preciso para fazer o público dançar. Pelo caminho, remisturou figuras como Yoko Ono, Madonna ou os Depeche Mode.
Antes de assumir o nome Dixon, o alemão Steffen Berkhahn era um futebolista promissor. No entanto uma lesão obrigou-o a trocar a circunferência da redondinha pelos pratos de DJ. E ainda bem para nós. Começou a passar música em discotecas berlinenses no início dos 90s, e com o decorrer dos anos impôs-se como um dos principais embaixadores do deep house na sua Alemanha natal. Mais tarde, acompanhado pelos Âme, fundou esse bastião editorial do deep house que é a Innervisions. Ouvi-lo ao vivo é sempre um prazer.
A música de Helena Hauff resiste à catalogação. Depois de uma série de singles e EPs, em 2015, lançou o álbum de estreia Discreet Desires, um objecto estranho e sedutor que cruza techno, synthwave, electro e música industrial. Ouvimos, em mais do que uma ocasião, ecos das composições de John Carpenter, contudo a música da DJ e produtora hamburguesa é substancialmente mais física. Galvanizante.
O trio de Sascha Ring (Apparat), Gernot Bronsert e Sebastian Szary (os Modelesktor) é mais do que a soma das suas partes. Nos discos de Moderat, as experiências electrónicas de ambos os projectos confluem num techno-pop minimal em diálogo permanente com outras sons e linguagens electrónicas, do dubstep de Burial ao house granular de um Four Tet. É o tipo de música que tanto faz sentido ouvir no conforto de casa como numa pista de dança.
The Speck Of The Future, o primeiro EP de Paula Temple, saiu em 2002 e obrigou quem o ouviu a prestar atenção à DJ e produtora britânica. Não obstante ela continuou com a sua vida, como se nada tivesse acontecido. Seguiu-se um silêncio discográfico de mais de dez anos, que só foi quebrado com a edição do disco Colonized, em 2013, e desde então não voltou a abrandar. O seu techno áspero, com vestígios de noise e música industrial, merece ser experienciado ao vivo.
Apesar de ter lançado todos os álbuns através da editora de techno minimal alemã Kompakt, a música de The Field transcende esse rótulo. O techno é apenas uma base sobre a qual o produtor sueco ergue temas ambientais e emotivos que não apontam obrigatoriamente para a pista. Nada contra.