13 de Maio de 2017. Em Fátima rezou-se, em Carnide ergueu-se a taça, na Ucrânia chorou-se de emoção e alergia. E no LX Factory? Bem, no LX Factory dançou-se. Durante 15 horas, o line-up de excelência do Lisboa Electrónica borrifou na chuva e nos três F`s (Fátima, Futebol e, no caso, Festival da Canção), oferecendo um dia vitorioso a quem por lá passou.
O Lisboa Electrónica - Musiculture, como o próprio nome indica, foi mais do que um festival. Foi a celebração da cultura da música electrónica em Portugal. E isto não se consegue só pelos artistas convidados. Consegue-se através de uma paixão imensa por parte da organização em querer dar mais ao público, em proporcionar uma experiência que ultrapassasse a música e a dança, e, por isso, não só de actuações se fez o festival.
Realizaram-se várias conferências com importantes figuras do meio, nacional e internacional. Debateu-se o estado actual da indústria: a importância das editoras, a importância da relação do manager com o artista e o impacto das redes sociais no meio. Com enorme privilégio, pôde também assistir-se ao testemunho do dono e fundador de uma das mais emblemáticas discotecas do mundo. O alemão Dimitri Hegemann recordou a história dos 26 anos do clube Tresor (Berlim) numa conferência histórica, sobre um homem que fez história. Como se não fosse suficiente ainda houve possibilidade de aprender com o DJ e Produtor norte americano, Mike Huckaby, no seu workshop sobre produção.
O festival aconteceu nos dias 12 e 13 de Maio e ocupou uma parte do LX Factory. Havia quatro palcos e todos tinham por base a electrónica. O Open Air não só resistiu ao tempo menos agradável, como, até certas horas, ofuscou os grandes palcos. Foi um verdadeiro sucesso, reflectido na energia de quem por lá se aventurou, ao som de artistas como: Magazino, Sammy Dee ou o emblemático, ZIP. No palco principal viveu-se o verdadeiro espirito de Berlim com um Techno irrepreensível tocado por importantes nomes como DVS1 e Rodhad. Numa onda mais groovy, o palco Box recebeu alguns artistas portugueses como Jorge Caiado e João Maria que, ao cair do pano, na última actuação da noite e do festival, deixou os ravers em êxtase. O sistema de som esteve sempre à altura dos bons ritmos tocados.
As editoras portuguesas estiveram presentes em grande peso e mostraram bem a sua vivacidade, com showcases a dominar ambos os dias. Foi uma óptima oportunidade para mostrar a nossa qualidade ao público que era, para o bem e para o mal, maioritariamente estrangeiro.
A primeira edição do Lisboa Electrónica foi uma verdadeira vitória! Que tem, deve ser mencionada e que se iguala aos acontecimentos do fim de semana. Somos um país fantástico, com gente extraordinária e que me enche de orgulho ser português e fazer parte deste Portugal que só têm mostrado ao mundo a sua enorme grandeza.