Jovens médicos vão ter prémio para investigação clínica

Ordem dos Médicos criou um prémio bienal que pode chegar aos 25.000 euros. As candidaturas ao prémio estão abertas a partir de hoje e até ao dia 31 de Outubro

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A Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos criou um prémio bienal, que pode chegar aos 25.000 euros, para colmatar a falta de investigação clínica em Portugal e incentivar os jovens médicos. Em declarações à agência Lusa, o presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos (SRS/OM), Jaime Mendes, apontou que há "bastante falta" de trabalhos de investigação clínica em Portugal e que, por isso, havia necessidade de estimular a investigação científica nessa área.

Nesse sentido, a SRS/OM decidiu criar o Prémio Professor Jorge da Silva Horta, com vista a incentivar os jovens médicos, com idade até aos 35 anos, a fazerem investigação clínica. O prémio terá uma periodicidade bienal e irá distinguir os dois melhores trabalhos a concurso.

O primeiro prémio terá o valor de 25 mil euros, enquanto o segundo prémio será de 12.500 euros. "São prémios com um valor alto, mas para um médico que está a trabalhar num hospital ou nos centros de saúde ter tempo para fazer uma investigação clínica é difícil, mas isto será um estímulo nesse sentido", apontou Jaime Mendes.

Para o responsável, a importância da investigação clínica tem a ver com o facto de ter "logo um efeito rápido", ou seja, é um tipo de investigação cujos resultados acabam por ter logo consequências ao nível dos tratamentos e do seguimento dado aos doentes. "Apesar de não haver carreira de investigação em Portugal, investigação médica ou científica, nem uma nem outra, é um bocadinho também para dar a conhecer os autores e os trabalhos que serão feitos", salientou o presidente da SRS/OM.

O responsável aproveitou também para explicar que a escolha do nome do prémio teve a ver com o facto de Jorge da Silva Horta, que foi bastonário da Ordem dos Médicos, ter sido, não só uma pessoa que "marcou gerações de anatomopatologistas em Portugal", mas também por ter sido ele que, enquanto bastonário, assinou o "famoso relatório das carreiras médicas".

"É uma das obras mais importantes feitas por qualquer organização profissional e nos médicos nunca mais foi feito nenhum documento nesse sentido", explicou Jaime Mendes, acrescentando que o documento em causa era um estudo sobre a situação da saúde em Portugal que incluiu também propostas que foram depois entregues ao Governo da altura. As candidaturas ao prémio estão abertas a partir desta terça-feira e até ao dia 31 de Outubro, estando previsto que o anunciou dos vencedores seja feito a 10 de Dezembro.