Recentemente, Berlim aprovou uma licença obrigatória para donos de cães que queiram passear os seus cães sem trela em espaços públicos. Na capital alemã — onde os cães são bem-vindos no metro, em lojas, cafés, restaurantes, hotéis e parques e jardins —, a nova licença (“Hunderführerschein”, ou “carta de condução para cães”) está a gerar alguma polémica.
Segundo o site CityLab, a medida foi apelidada de “monstro burocrático” por alguma da comunicação social local. No ano passado, os cães foram banidos de alguns locais de Berlim, como zonas envolventes dos lagos, e “existe o medo de que os muros se estejam a fechar para os quatro patas”, que chegarão aos 100 mil.
A nova licença apenas será exigida aos novos cães registados e os donos terão de provar que o seu animal tem “treino básico” e que é “controlável”. Se o cão passar o teste — que tem um custo de 100 euros — pode passear sem estar preso por uma trela e os donos ficam isentos de uma lista de novas leis que restringem o comportamento canino. A mais relevante, continua o CityLab, obriga qualquer dono com um cão de 30 centímetros de altura ou mais a usar trela.
Cães de pequeno porte ficam, assim, fora do enquadramento da lei, que prevê ainda a aplicação de multas aos donos que não recolham os dejectos com um saco próprio.
A juntar aos 100 euros necessários para a emissão da “carta de condução para cães”, os donos de cães berlinenses terão ainda de pagar uma taxa anual de 40 euros.
A treinadora e comportamentalista de cães Cláudia Estanislau publicou, no Pet, uma crónica em que defende a utilização de trela nos cães por parte dos donos. “Nenhum cão é obrigado a brincar ou a interagir com o teu só porque é amigável ou quer brincar. Se o teu cão está solto e um de trela se aproxima, prende o teu imediatamente”, escreveu.