Houve uma fase na vida em que decidi ver tudo (ou quase) o que Woody Allen tinha feito. Rendi-me e fiquei expectante por boas novidades, filme após filme.
Este fim-de-semana voltei à sala – nos outros anos também. Antes tinha jantado este wrap de salmão fumado e não pedi pipocas estaladiças na bilheteira.
Já sabia o que me esperava. O realizador começa por nos sentar confortáveis à frente daquele cenário que parece transponível: os jantares convidativos, ambiente a meia-luz, pormenores de decoração, as conversas que gostaríamos de ter sobre Filosofia ou sobre as trivialidades da vida, o parque onde também eu devia fazer jogging, o sumo de laranja natural e até o vão da escada onde me apetece sentar enquanto penso em nada.
Fico ali aconchegada uns bons minutos até que a minha veia saudosista desperte e me diga baixinho: “Se vires bem, isto não é nada de especial”.
Não me dá, de longe, a mesma saciedade de Manhattan, Os Dias da Rádio ou Match Point, mas pelo menos jantei e senti-me vingada por ter poupado três euros em milho crepitante.
Para o ano lá estarei, à espera dos 80 anos de Woody Allen. Não é uma questão de sorte ou de acaso. É apenas uma contagem decrescente para o dia em que não vai mudar nada – e há sempre um prazer perverso nisso.
Do que precisas:
[para 2 wraps]
2 tortilhas de milho
Folhas de agrião a gosto
100 g de salmão fumado
100 g de queijo feta
Vamos a isto:
1. Numa frigideira anti-aderente (sem gordura), doura as tortilhas de ambos os lados.
2. Para cada um dos wraps, coloca no centro a quantidade de agrião que desejares. Acrescenta, de seguida, o salmão fumado (50 g por pessoa) e finaliza com queijo feta (50 g por pessoa).
Dica: antes de servires, rega com um pequeno fio de azeite e polvilha com pimenta preta moída na hora.