Helder Maiato, “o melhor entre os melhores da investigação europeia”

Prémio carreira Louis-Jeantet Young Investigator 2015 atribuído a investigador português. Helder Maiato estuda a divisão celular para poder combater o cancro

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Helder Maiato tem 39 anos e licenciou-se em Bioquímica na Universidade do Porto DR

Como se dividem as células, como é que os erros acontecem e como podem ser contrariados. O estudo de Helder Maiato tem-se concentrado no fenómeno de divisão celular — fundamental para entender inúmeras doenças, e o cancro em particular —, e dado nas vistas entre a comunidade científica. Ao currículo já recheado, o investigador junta agora o prémio carreira Louis-Jeantet Young Investigator 2015, que distingue “o melhor entre os melhores da investigação europeia” e é entregue pelo segundo ano consecutivo a um português.

A Fundação Louis-Jeantet, sediada em Genebra, instituiu este prémio em 2011 com objectivo de encorajar e apoiar o melhores talentos jovens a trabalhar em investigação biomédica na Europa. Os vencedores são eleitos anualmente entre os que conquistaram uma ERC Starting Grant, as bolsas milionárias do European Reasearch Council, e cujo projecto está a chegar ao fim com sucesso.

O investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) “estuda a divisão celular, em particular das forças responsáveis pelo movimento dos cromossomas durante esse processo”, escreve o departamento de comunicação do IBMC num comunicado. “Durante muitos anos deu-se apenas atenção às relações e componentes bioquímicos que condicionam a divisão das células mas nós retomámos a ideia de que a física e as forças desempenham um papel igualmente importante no processo de divisão”, explicou Helder Maiato, que recebeu o prémio segunda-feira, em Genebra.

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Recentemente, o investigador criou o YScience, um projecto de educação de ciência DR

Ao longo da vida, as células sofrem divisões. E, durante esse processo, cada célula deve repartir-se em cópias exactas do seu material genético pelas duas células filhas resultantes da divisão. Quando ocorrem erros nesse momento, “as consequências podem ser biologicamente desastrosas”.

Com o projecto iniciado em 2010 a chegar ao fim, a Fundação Louis-Jeantet decidiu destacar o trabalho do portuense e atribuir-lhe um prémio de 100 mil francos suíços para investigação e 10 mil para gastos pessoais. Em 2014, o galardão tinha sido entregue a Rui Costa, da Fundação Champalimaud.

Helder Maiato dirige o grupo de investigação em Dinâmica e Instabilidade dos Cromossomas no actual IBMC que, muito em breve, integrará o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto. No percurso do investigador de 39 anos constam, entre outros, o Prémio da Sociedade Portuguesa de Genética Humana, o prémio “Estímulo à Investigação” da Fundação Calouste Gulbenkian, o prémio Crioestaminal, e o FLAD Life Science 2015.

Recentemente, Maiato apostou num projecto piloto chamado Yscience, que pretende promover o fascínio pela ciência e pelo desconhecido entre os mais novos, através do contacto com verdadeiros cientistas e com o método científico. Para já, está em funcionamento apenas no grande Porto.

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