É a questão do momento. Ingressar no ensino superior é um desafio calculado. O caminho que é traçado ao longo dos anos obedece a um método sobejamente conhecido e enraizado. Talvez por isso se encontre a necessidade de questionar um processo forçosamente arcaico e em franco desuso.
Em tudo, ordem e método são palavras-chave para fazer bem. Aqui surge uma questão em jeito de preâmbulo: é este o processo mais correcto? Não. A política de ensino não obedece a uma ordem lógica, o que impossibilita a existência de um método profícuo.
Salvo raras excepções, em Portugal não se prepara um estudante para o que este encontrará no ensino superior. Esta é uma questão que se torna premente, já que o próprio superior não está capacitado para resolver o problema.
O Processo de Bolonha não oferece uma margem mínima de segurança. Urge principiar um novo processo e iniciá-lo onde é devido: nos primeiros anos de formação do estudante. É inútil perpetuar a implementação de um crivo apertado, eliminando do processo a criatividade e a vontade tão próprias de quem estuda.
Se queremos alunos que ingressem no superior devidamente preparados, é tempo de lhes oferecer, nos restantes patamares de ensino, um pouco do que encontrarão quando chegarem ao topo.
Um estudante autodidacta, capaz de procurar e aprender com o respectivo suporte em contexto de sala de aula. Um estudante capaz de traçar desde cedo o seu percurso académico. Está na universidade. Agora é tempo de compreender o método com brevidade e atingir um ponto de maturação suficiente à adaptação. Não é fácil. Se alguém disse que seria, mentiu.
É tempo de perceber se é mesmo este o caminho a seguir. Se é nesta área que se imagina a trabalhar, no futuro, ou se os temas abordados serão significativos para o conhecimento que procura. Para os que ingressaram agora no ensino superior, é tempo, acima de tudo, de definir objectivos e procurar cumpri-los.
Para os que pensem o ensino em Portugal, é hora de colocar em cima da mesa um novo processo de ordem e método, capaz de transmitir ao estudante a importância de assumir o leme do seu destino académico desde cedo e estimular um procedimento contínuo de "learning by doing".
Pensar o secundário como uma verdadeira preparação para o ensino superior é o principal desafio. Iluminem-se as mentes que pensam o ensino no nosso país. Em Portugal, a educação precisa de um ordem lógica e de um método inovador.