Lá Tinha: uma iniciativa com lata e com LATAfunding

Na era da fotografia digital e das "selfies" nasceu a Lá Tinha. Recentemente, os fundadores lançaram a campanha LATAfunding

Foi no bairro da Cova da Moura, em Lisboa, que Bob Ferraz, Diego Cunha e Zé Maria iniciaram o Lá Tinha. As crianças desta comunidade não imaginavam que seria possível fazer uma câmara fotográfica com materiais tão simples. Latas de sardinha, caixas de leite, pacotes de sumo e outros objectos, que normalmente são considerados lixo, ganham uma nova vida.

 

O projecto nasceu da união da fotografia à reciclagem e, inicialmente, tinha o objectivo de estimular a criatividade das crianças e jovens de Lisboa. Há talento e imaginação nestas crianças, mas o projecto quer amadurecer e já está a espalhar-se por várias regiões de Portugal e de Espanha. Os adultos começam a ficar curiosos com a iniciativa e também querem experimentar.

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João e Rubito Lá Tinha

 

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Nadir Tavares, 13 anos Lá Tinha

Muito mudou desde a criação da primeira latinha. Agora as câmaras são mais fáceis de montar e mais eficientes. A Lá Tinha organiza oficinas, onde os participantes podem montar as suas câmaras e fotografar com elas e, no final, todos recebem uma ampliação da sua fotografia favorita.

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Evenílson Cardoso, 9 anos Lá Tinha

 

O próximo objectivo é construir uma câmara escura para levar às oficinas e fazer com que os participantes também revelem as suas fotografias. Desta forma, todo o processo de composição da imagem será feito, desde a construção da câmara até à revelação da fotografia.

 

LATAfunding: a campanha

Recentemente, os fundadores lançaram a campanha LATAfunding para dar mais força ao projecto. Nesta espécie de “crowdfunding”, quem comprar estas câmaras fotográficas artesanais está também a contribuir para que possam ser realizadas mais oficinas. “No início fizemos tudo com os nossos recursos, depois começamos a receber algum apoio para materiais e para sustentar a equipa”, revelou Diego Cunha ao P3.

 

Tudo o que precisas de fazer é comprar uma latinha e reenviar uma lata de sardinhas vazia para que possa ser transformada em mais uma câmara fotográfica.

 

As latas vendidas até 15 de Setembro contribuirão para uma oficina em Bilbau, em Espanha. Nesta oficina, podem participar dez pessoas e no final, será realizada uma exposição onde todos podem partilhar as suas fotografias.

 

Cada lata é uma peça única, já que é feita manualmente, e custa 25 euros, sendo 10 euros para os custos de material e fabricação e 15 euros para cobrir as despesas de mão-de-obra, embalagens, envio e logística. As câmaras chegam prontas para fotografar, carregadas com um rolo para 36 fotografias, um manual com dicas de utilização e materiais para manutenção.

Se quiseres contribuir para este projecto e comprar uma câmara basta enviar um “e-mail” para a Lá Tinha.

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